Saiba quem é Ramagem, o ex-coordenador da segurança de Bolsonaro nomeado para a PF
Nomeação foi publicada no Diário Oficial nesta terça-feira (28)
Nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro para o comando da Polícia Federal (PF) nesta terça-feira em meio à crise deflagrada pela demissão do ministro Sergio Moro, o delegado da PF e até então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem Rodrigues atuou na Lava-Jato do Rio de Janeiro, tem experiência em investigações contra o tráfico de drogas e coordenou a segurança de grandes eventos internacionais. Mas foi por ter coordenado a segurança da campanha eleitoral do então candidato Bolsonaro à Presidência, em 2018, que Ramagem acabou desenvolvendo uma relação de confiança com o presidente e também com seus filhos. No início do ano passado, após Bolsonaro ter assumido o cargo de presidente, Ramagem foi requisitado para atuar no Palácio do Planalto como assessor especial da Secretaria de Governo, comandada então pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Pouco depois, em junho, foi indicado por Bolsonaro para o cargo de diretor-geral da Abin e aprovado pelo plenário do Senado por 64 votos a 3.
Além da boa relação com Bolsonaro e seus filhos, Ramagem também tem a confiança da ala militar do Palácio do Planalto, com quem ele mantém boa relação durante sua gestão na Abin, o que fortaleceu o sentimento em torno da indicação de seu nome.
No domingo, Bolsonaro usou as redes sociais para rebater a acusação de Moro de que tenha interferido na PF. O presidente demitiu o diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, na última sexta-feira. O presidente justificou a possível escolha do ex-coordenador da segurança de Bolsonaro, Alexandre Ramagem, para a Polícia Federal.
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Em resposta a uma seguidora que disse que Ramagem é “amigo dos filhos do presidente”, afirmou:
“E daí? Antes de conhecer meus filhos eu conheci o Ramagem. Por isso deve ser vetado? Devo escolher alguém amigo de quem?”
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Delegado da PF desde 2005, Ramagem faz parte de uma geração mais jovem da PF do que os diretores-gerais que o antecederam. Por isso, a avaliação interna é que sua nomeação marcará a ascensão de uma nova geração aos postos-chave da Polícia Federal. Como costuma ocorrer com a troca de comando, há uma expectativa de mudanças na direção em Brasília e nos cargos de superintendentes da PF nos Estados.
Ao ingressar na PF, Ramagem começou a trabalhar em Roraima e atuou no combate ao tráfico de drogas e outros ilícitos. Em 2011, foi nomeado para a chefia da Unidade de Repressão a Crimes contra a Pessoa em Brasília. Nessa função, atuou com operações da PF de combate a grupos de extermínio. Em 2015, foi indicado para coordenar, no Estado do Amazonas, o Grupo de Investigações Sensíveis de Repressão ao Tráfico Ilícito de Entorpecentes, atuando no combate ao tráfico de drogas e às facções criminosas.