O estado de São Paulo registrou, desde o início deste ano, 13 casos suspeitos de febre amarela e seis mortes. Dois dos pacientes morreram por infecção adquirida no próprio estado e quatro morreram depois de viajar para Minas Gerais, que apresenta surto, e retornar para SP com sintomas da doença. As informações foram divulgadas hoje (23) pela Secretaria Estadual da Saúde.
No final do ano passado, um homem de 52 anos morreu em Ribeirão Preto, no interior do estado, com diagnóstico confirmado de febre amarela. Ele ficou quatro dias internado e morreu no dia 26 de dezembro. O homem morava próximo a uma região de mata, com macacos hospedeiros do vírus. A suspeita é que espécies silvestres do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença, possam ter infectado a vítima.
Em abril do ano passado, outra pessoa também teve a morte confirmada pela mesma doença no município de Bady Bassit, no interior paulista. O local da infecção dessa vítima foi a área silvestre, chamada de Mata dos Macacos, no município de São José do Rio Preto.
Vacinação
No Instituto Emílio Ribas, na capital paulista, hospital referência em infectologia, houve expressivo aumento da procura por vacinas contra febre amarela. No último sábado (21), a imunização foi aplicada em 320 pessoas. A média diária de vacinação registrada pelo hospital é de 50 por dia, chegando a 150 em período de férias, quando as pessoas mais viajam.
O infectologista e coordenador de Medicina de Viajantes do Emílio Ribas, Jessé Alves Reis, não aconselha vacinação em pessoas que não vão viajar para áreas de risco. “É importante que as pessoas entendam que quem vive ou viaja para as áreas de risco devem se vacinar. As pessoas que estão fora dessas regiões, que são basicamente as áreas litorâneas, a cidade de São Paulo, não há necessidade de correr para tomar vacina”, afirmou.
A vacina está disponível na rede pública e deve ser tomada 10 dias antes de viagens para áreas de risco, que são basicamente áreas de floresta e zona rural. A vacina tem efeitos adversos e não pode ter tomada por pessoas com doenças imunológicas, que estão tomando remédios que possam afetar o sistema imune, gestantes, menores de 6 meses e idosos acima de 60 anos.
Modo silvestre
Desde 1942, não há registro de transmissão urbana de febre amarela no Brasil. O risco de uma volta da transmissão urbana é teórica, mas existe, disse o infectologista do Instituto Emílio Ribas. Segundo Jessé Reis, o país registrou ciclos silvestres de transmissão em 2003, 2008 e 2009.
Em todo o país, de acordo com o Ministério da Saúde, os casos continuam concentrados em região de mata silvestre. O último balanço do ministério, de sexta-feira (20) aponta 272 casos suspeitos em Minas Gerais, 47 foram confirmados e 25 óbitos. No Espírito Santo, são 11 casos suspeitos. O próximo balanço será divulgado hoje (23) à noite.