São Paulo tem 24 casos confirmados de coinfecção por Covid e influenza
Capital paulista está monitorando pacientes internados; hospital referência tem 70% dos leitos ocupados
A cidade de São Paulo já registrou 24 casos de coinfecção por Covid-19 e influenza, fenômeno que está sendo chamado de “flurona”, uma junção do nome das duas doenças. Os dados foram confirmados no início da tarde desta terça-feira (4), pela Secretaria Municipal da Saúde.
Segundo a pasta, desde 2020, todos os pacientes com SRAG (Síndrome Respiratórias Agudas Grave) hospitalizados têm coletada amostra para pesquisa dos vírus influenza e Sars-CoV-2. “Dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe [Sivep-Gripe] indicaram 24 registros de Srag com coinfecção de influenza e Covid-19, considerando a metodologia RT-PCR detectável para ambos os vírus”, afirma a secretaria, em nota.
A pasta diz ainda que está monitorando os pacientes com síndrome respiratória hospitalizados, realizando um painel viral. Casos de de coinfecção por Covid-19 e influenza também foram registrados no Ceará e no Rio de Janeiro.
Na manhã desta terça, o Hospital Municipal da Brasilândia, voltado atualmente para acolhimento e tratamento dos casos de síndromes gripais, tinha 121 pacientes internados em leitos de UTI e 164 em enfermaria, o que representa 70% de ocupação da unidade da zona norte da cidade de São Paulo, que também atende pacientes com Covid-19.
De acordo com o infectologista Leonardo Weissmann, ainda não é possível saber se a coinfecção eleva a gravidade do quadro do paciente. “Tanto a Covid-19 quanto a influenza são doenças respiratórias, porém a chamada flurona é muito nova e não sabemos se a combinação dos dois vírus causa doenças mais graves.” Weissmann alerta que a tendência de dupla infecção aumente em razão das festas de fim de ano e da proximidade com o Carnaval.
Testes
Segundo a prefeitura, uma em cada quatro pessoas testadas nas 469 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade de São Paulo teve resultado positivo para o vírus influenza. De acordo com a secretaria, entre a última quinta (30), quando a testagem rápida para o vírus começou, e sexta-feira (31), foram feitos 5.321 testes, com 26% positivos para o vírus influenza. “Os dados se referem para o diagnóstico de influenza A e B”, diz a secretaria.
Os casos de síndromes gripais têm lotado as unidades de saúde desde a segunda quinzena do mês passado. De acordo com a pasta, dos confirmados, 97% apontaram para influenza A e 3% para o tipo B.
Os testes são realizados diante de uma disparada nos casos de gripe. Em dezembro de 2021, foram registrados 286.858 atendimentos a pessoas com quadro respiratório, contra 111.949 atendimentos de pacientes com sintomas gripais em novembro, uma alta de 156%.
Os dados de atendimentos na rede municipal de saúde também mostram que dispararam os casos suspeitos de Covid-19. Em novembro foram 56.220, do total de pacientes com sintomas. Já no mês passado foram 133.501 suspeitas do coronavírus, um aumento de 137,6%,
Nos três primeiros dias de janeiro, até o fim da manhã desta segunda-feira (3) foram foram realizados 20.333 atendimentos a pessoas com sintomas respiratórios, sendo 11.585 suspeitos de Covid-19. Desde o último dia 23 de novembro, a prefeitura retomou a vacinação contra o vírus H1N1, que tem pouco efeito sobre a epidemia atual, provocada pela Darwin, variante da influenza H3N2.
Fique atento aos sintomas
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, a síndrome gripal é caracterizada pela pessoa com quadro respiratório agudo, com pelo menos dois dos seguintes sintomas:
– Febre
– Calafrios
– Dor de garganta
– Dor de cabeça
– Tosse
– Coriza
– Distúrbios olfativos
– Distúrbios degustativos