RECORDE DE ÓBITOS

Coronavírus: Teich reconhece ‘agravamento’ da situação no Brasil

O ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu nesta terça-feira que há um “agravamento” da situação…

O ministro da Saúde, Nelson Teich, reconheceu nesta terça-feira que há um “agravamento” da situação do novo coronavírus no Brasil. Dados do Ministério da Saúde indicam um crescimento no número de mortes nos últimos dias, com um recorde de óbitos notificados hoje: 474.

– É um número que vem crescendo, alguns dias atrás eu coloquei que isso poderia ser um acúmulo de acaso de dias anteriores que foi resgatado, mas, como a gente tem a manutenção de números elevados e crescentes, a gente tem que abordar isso como uma curva que vem crescendo, um agravamento da situação – disse, em coletiva no Palácio do Planalto nesta noite.

Na quinta-feira passada, quando o ministério registrou 407 mortes, o recorde até aquele momento, Teich afirmou que a pasta não sabia ainda se o resultado representava um esforço de fechar diagnósticos ou uma linha de tendência de aumento. Desde então, foram notificadas 357 mortes na sexta, 346 no sábado, 189 no domingo e 338 na segunda. Antes disso, o recorde de mortes era de 17 de abril, com 217 em um dia.

Teich ressaltou, no entanto, que há diferentes situações nas cidades brasileiras. Citando Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, o oncologista afirmou que o ministério está acompanhando a situação dessas capitais para ver “como será a evolução”. De acordo com dados do ministério, Amazonas, Pernambuco, Rio e São Paulo, junto com Ceará, têm a maior quantidade de casos e de mortes provocados pela Covid-19 até o momento.

– Isso continua restrito aos lugares que a gente sabe que estão vivendo as maiores dificuldades, como Manaus, Recife, Rio e São Paulo. E a gente está tratando dessa forma. Entendendo que o Brasil tem que ser tratado de forma diferente para diferentes regiões, mas a gente vê nesses lugares como um quadro de piora e vamos acompanhar para ver como será a evolução – afirmou.

– A gente vê como uma tendência naqueles lugares onde a gente vê uma pior condição em relação à doença. Repetindo, a gente vê isso como uma evolução, como uma curva pra cima, uma piora em relação aos dias anteriores – complementou.

O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, afirmou durante breve coletiva feita pelo Ministério da Saúde, que dos 474 óbitos incluídos no boletim da pasta nesta terça-feira, 146 ocorreram nos últimos três dias (oito hoje, 146 na segunda-feira e 97 no domingo).

– Esses 474 são óbitos recentes mas há uma boa parte que já estavam em investigação, que foram concluídos e atualizados – destacou o secretário.

Wanderson listou os locais que mais preocupam para as próximas semanas devido à “situação mais intensa da transmissão”:

– São Paulo, nas próximas semanas, pode ter uam intensidade na região metropolitana. Rio de Janeiro, Pernambuco Recife, Ceará Fortaleza, e Manaus são os locais que no momento nos chamam mais atenção. Estamos atentos à circulação em todo o território nacional.

Ele voltou a falar da sazonalidade da doença respiratória no Brasil, no outono e inverno. Destacando que, nos próximos meses, haverá maior circulação de vários vírus respiratórios, com mais casos e internações, e agora com a presença adicional da Covid-19.

O novo secretário-executivo da pasta, Eduardo Pazuello, afirmou que a partir de amanhã serão distribuídos cerca de 185 respiradores para “estados e municípios mais afetados”. Equipamentos de proteção individual e contratação de profissionais pelo ministério também deverão ser priorizados para locais com mais dificuldades.

– Agora estamos com distribuição focada onde está pior. Não apenas uma distribuição linear como iniciaram-se os planejamentos -disse Pazuello.

Questionado se o Ministério da Saúde atenderá ao pedido de governadores do Norte, feito nesta terça-feira, Pazuello repetiu que os locais afetados serão contemplados, sem dar detalhes

– Vamos distribuir exatamente para cidades e estados mais problemáticos. Como acabei de colocar, não só os respiradore, mas os EPIs e contração de recursos humanos.

A coletiva no formato virtual, adotado desde março, ocorreu com a leitura de apenas cinco perguntas de jornalistas, escolhidas pela assessoria da pasta, e foi rapidamente finalizada.