Criança

Estudo relaciona hipertensão gestacional a autismo de filho

O estudo foi feito com mais de mil crianças entre dois e três anos no norte da Califórnia.


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Filhos de mães que sofreram uma condição gestacional associada à hipertensão denominada pré-eclâmpsia são duas vezes mais propensos a ter autismo ou outros problemas de desenvolvimento, afirmaram cientistas em um estudo publicado nesta segunda-feira (8/12).

A pesquisa, publicada no periódico JAMA Pediatrics, da Associação Médica Americana, também revelou que quanto mais severa é a pré-eclampsia na mãe, maior a probabilidade de autismo no filho.

O estudo foi feito com mais de mil crianças entre dois e três anos no norte da Califórnia. Todas as mães tiveram diagnósticos confirmados de pré-eclampsia e os cientistas compararam dados daqueles que se desenvolveram normalmente com os de crianças que apresentaram transtornos do espectro autista (TEA) ou outros problemas de desenvolvimento.

“Nós também observamos uma associação significativa entre pré-eclampsia severa e atraso de desenvolvimento”, prosseguiu.

Transtornos do espectro autista afetam uma a cada 88 crianças nos Estados Unidos.

As causas exatas do distúrbio de desenvolvimento são desconhecidas e há pesquisas que apontam para causas genéticas, ambientais ou uma combinação das duas.

O autismo provoca dificuldades nas habilidades sociais, emocionais e de comunicação e não tem cura conhecida.

Alguns estudos anteriores já tinham sugerido que a pré-eclampsia – que causa pressão alta no fim da gestação, altos níveis de proteína na urina e perdas de consciência nos casos mais graves – poderia provocar autismo, talvez ao privar o feto de nutrientes e oxigênio.

“Embora estudos isolados não possam estabelecer causalidade, evidências cumulativas apoiam os esforços para reduzir a pré-eclampsia e diminuir sua severidade, de forma a melhorar os resultados neonatais”, disse Walker. (Da AFP)