Secretária da Fazenda condena manobras de Ronaldo Caiado para politizar debate sobre recuperação da Celg
"A Celg não pode ser objeto de uma agenda política #MP677", disse Ana Carla, defendendo inclusão de emenda à Medida Provisória número 677/2015 que garante a desdolarização da dívida da estatal com Itaipu.
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A secretária da Fazenda de Goiás, Ana Carla Abrão, reforçou ontem a defesa do presidente da Celg Par, Fernando Navarrete, e de parlamentares do Estado para que o processo de recuperação econômico-financeira da Celg Distribuição seja conduzido seguindo parâmetros rigorosamente técnicos. Em seu perfil no Twitter, Ana Carla criticou duramente a tentativa do senador Ronaldo Caiado (DEM) de politizar a agenda de reestruturação da Celg D.
“A responsabilidade e o compromisso com Goiás devem prevalecer @SenadorCaiado!”, disse a secretária da Fazenda no microblog, durante a realização de audiência pública, no Senado, ontem (28/9), sobre a recuperação da Celg. “A Celg não pode ser objeto de uma agenda política #MP677”, disse Ana Carla, defendendo inclusão de emenda à Medida Provisória número 677/2015 que garante a desdolarização da dívida da estatal com Itaipu.
Ana Carla reforçou a defesa da emenda feita durante a audiência pública pela senadora Lúcia Vânia (PSB) e pelo deputado federal Giuseppe Vecci, após explanação do presidente da Celg Par. “Em audiência pública no Senado hoje, @navarrete63 esclarece ao @SenadorCaiado questões relacionadas aos empréstimos e ativos da Celg”, disse, mencionando os perfis de Navarrete e Caiado no Twitter.
A explanação de Navarrete e as ponderações feitas por Vecci e Lúcia, com o respaldo da secretária, desmascararam o senador do DEM, que não apresentou, durante a audiência pública, nenhum documento que comprovasse sua tese política de que a federalização e eventual futura privatização da Celg D seja desvantajosa para o Estado. Já Navarrete demonstrou, com base em planilhas e documentos, que a federalização foi positiva para o Governo de Goiás e para a Celg D, porque dividiu, de forma equânime, as responsabilidades, entre Estado e União, pela administração do passivo da distribuidora, avaliado à época em mais de R$ 8 bilhões, valor muito maior que a soma de todo o patrimônio da empresa.
Desdolarização
O programa de recuperação econômico-financeira da Celg Distribuição (Celg D) foi apresentado para parlamentares e representantes do setor elétrico durante audiência pública realizada nesta segunda-feira (28/9) no Senado, em Brasília. A explanação foi feita pelo presidente da CelgPar, Fernando Navarrete, na Sala 2 da Ala Nilo Coelho. Na apresentação, Navarrete expôs a realidade financeira e as tratativas iniciadas em 2011 para o saneamento das contas e a retomada da viabilidade técnica e econômica da empresa.
A emenda à Medida Provisória número 677/15, que desdolariza a dívida da Celg D com Itaipu, tendo em vista a disparada da cotação da moeda norte-americana, foi o principal item dos debates durante a audiência pública. O Governo de Goiás, que detém 49% do controle acionário da Celg D, e a Eletrobrás (que é sócia majoritária, com 51% dos papeis da empresa) defendem que a dívida com Itaipu seja convertida para reais, o que diminuiria o seu passivo em pelo menos R$ 500 milhões.
Ao defender a emenda, o presidente da Celg Para fez um histórico da composição desta dívida partindo da repactuação de todas as dívidas da companhia a partir de 2012, medida fundamental para se pleitear a prorrogação da concessão. “Desde o segundo semestre de 2012 até os dias de hoje, temos trabalhado para que as condições de gestão pudessem ser alcançadas”, disse Navarrete.