CONFRONTO

Secretários de Saúde reagem e decidem que não vão exigir prescrição para vacinar crianças

Secretários estaduais de Saúde reagiram ao anúncio do governo de Jair Bolsonaro de que irá…

Secretários estaduais de Saúde reagiram ao anúncio do governo de Jair Bolsonaro de que irá recomendar que crianças de 5 a 11 anos sejam vacinadas contra Covid-19, desde que mediante a apresentação de prescrição médica e consentimento dos pais.

Os gestores fizeram um cartão de Natal a crianças do Brasil para avisar que não vão exigir nenhum tipo de documento para vaciná-los (leia a íntegra da carta ao final desta página).

Apesar da recomendação do governo federal, quem define como será a vacinação e quais regras devem ser aplicadas são estados e municípios.

O uso da Pfizer já foi autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a faixa etária.

Nos bastidores, alguns dos gestores estaduais afirmam que Marcelo Queiroga (Saúde) atua apenas em função da base bolsonarista e só quer holofotes.

As ações do ministro à frente da pasta têm sido duramente criticadas pelos secretários.

O presidente do conselho, Carlos Lula, chegou a dizer em entrevista à Folha, em outubro, que Queiroga tinha perdido as condições de gerir o ministério.

A vacinação de crianças virou alvo de Jair Bolsonaro desde quando o tema começou a ser discutido.

A exigência de prescrição médica foi anunciada pelo ministro em entrevista coletiva nesta quinta-feira (23) à noite.

“A nossa recomendação é que essa vacina não seja aplicada de forma compulsória. Ou seja, depende da vontade dos pais. E essa vacina estará vinculada a prescrição médica, e a recomendação obedece a todas as orientações da Anvisa”, disse Queiroga.

O assunto também deu início a uma crise e uma forte pressão de Bolsonaro sobre a Anvisa.

O presidente chegou a dizer que iria divulgar o nome dos técnicos da agência que aprovaram o uso da vacina da Pfizer para crianças a partir de cinco anos.

Como mostrou o Painel no início de dezembro, secretários afirmavam nos bastidores que Queiroga havia abandonado os compromissos com a pasta para se dedicar a uma agenda própria eleitoral para uma futura candidatura.

Eles diziam que os posicionamentos mais recentes do ministro são para agradar o mesmo eleitorado do presidente da República e não ajudam no combate à pandemia.

Carta da Conass endereçada às crianças do Brasil (Foto: divulgação -Conass)