Sede de site de notícias é atacada a tiros em Rondônia
Imagens de câmera de segurança mostram homem disparando contra imóvel em Porto Velho; não houve feridos
A sede do site de notícias Rondônia ao Vivo, em Porto Velho (RO), foi atingida a tiros na madrugada deste sábado (12). Janelas e a porta de vidro da parte da frente do imóvel onde funciona a empresa foram estilhaçadas.
Um vídeo feito por câmera de segurança mostra um homem se aproximando e disparando contra o local. Ninguém ficou ferido —no momento do ataque não havia ninguém na empresa.
O dono do site, Paulo Andreoli, afirmou ter recebido informações de autoridades policiais de que 19 cápsulas de pistola calibre 9 milímetros foram encontradas em frente ao imóvel. Ele disse acreditar que o ataque tenha relação com grupos radicais bolsonaristas da cidade.
As imagens da câmera de segurança mostram um homem de calças jeans, jaqueta e bonés pretos se aproximando da entrada da empresa.
Ele olha para os lados e inicia a sequência de tiros. Em seguida, deixa o local. Andreoli afirmou que a câmera foi colocada do outro lado da rua pela própria empresa diante da preocupação de que esse tipo de ato ocorresse.
“Adotamos a postura de chamar de atos antidemocráticos as manifestações de bolsonaristas em frente à 17ª Brigada de Infantaria de Selva do Exército aqui em Porto Velho”, disse. O empresário afirmou que essa decisão teria irritado apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Também nos colocaram em uma lista de empresas que supostamente apoiam a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”, afirmou.
A seccional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Rondônia divulgou nota em que repudia o ataque contra o site.
“Felizmente nenhum dos profissionais foi ferido fisicamente, mas é lamentável o estresse e a pressão psicológica que ocasiona”, afirma.
“A comunicação livre é um dos pilares para uma democracia sólida em nosso país e é necessário respeito às opiniões diversas. Reafirmamos nosso compromisso com a verdade e pedimos a apuração imediata para solução do caso”, conclui o texto.
Procurada pela reportagem, a Polícia Civil de Rondônia ainda não respondeu aos pedidos de entrevista.