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Segurança de Bolsonaro teme envenenamento e pede que sanduíches sejam provados em debate

A segurança de Jair Bolsonaro (PL) foi rigorosa na vistoria que fez no prédio da TV Bandeirantes…

A segurança de Jair Bolsonaro (PL) foi rigorosa na vistoria que fez no prédio da TV Bandeirantes antes do debate presidencial do domingo (28). Uma das medidas mais inusitadas foi pedir para que pessoas da organização do evento experimentassem os sanduíches que seriam servidos na sala em que o presidente se instalaria antes de entrar no estúdio, por medo de envenenamento.

Eram pães com seis diferentes tipos de recheios, e os escalados para a missão tiveram que morder uma amostra de cada um dos lanches servidos no camarim. O pedido da segurança surpreendeu até mesmo pessoas ligadas à assessoria do presidente.

A medida é comum quando envolve mandatários de países visados. Quando viajam, por exemplo, os presidentes dos EUA só ingerem comidas e bebidas trazidas nos aviões de seu próprio país. No Brasil, no entanto, esse tipo de cuidado sempre foi raro.

Foi também por um pedido da segurança da campanha de Bolsonaro e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que os dois não ficaram lado a lado no debate de domingo, como estava previsto.

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Ao chegar no local, o presidente da República disse que não se importava de ficar ao lado de Lula, mas que não apertaria a “mão de ladrão”. O candidato do PDT, Ciro Gomes, reclamou da alteração do posicionamento no palco em suas redes sociais.

Ao todo, a transmissão durou quase três horas. Lula e Bolsonaro foram os últimos a confirmar presença no evento—depois de dias de incertezas nas campanhas.

No primeiro debate presidencial na TV, o presidente se tornou o alvo preferencial dos demais candidatos. O atual chefe do Executivo, por sua vez, mirou em Lula, que se esquivou em pergunta sobre corrupção.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada neste mês, o petista lidera com 47% das intenções de voto, ante 32% de Bolsonaro, 7% de Ciro Gomes (PDT) e 2% de Simone Tebet (MDB).

O respeito às mulheres, arena em que Bolsonaro atua com desvantagem, foi o tema central do encontro. O assunto foi discutido principalmente pelas candidatas Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

O chefe do Executivo manteve a calma nos enfrentamentos com adversários, mas se exaltou ao ser questionado pela jornalista Vera Magalhães.

Integrantes da campanha de Bolsonaro admitem que o presidente errou ao atacar as mulheres, mas avaliam que as declarações terão pouco impacto eleitoral. O mandatário tem alta rejeição entre o eleitorado feminino e busca diminuí-la usando, inclusive, a figura de sua mulher, Michelle Bolsonaro.

A avaliação entre bolsonaristas é que ele conseguiu levar para o centro do embate a pauta ligada à corrupção, um flanco considerado ruim para Lula.