Foi após identificar um número muito grande de ocorrências de roubo de cargas sendo registradas em uma mesma região que as polícias civil e militar iniciaram um trabalho em conjunto e prenderam esta semana uma quadrilha acusada de aplicar golpes que ultrapassam R$ 15 milhões. Seis suspeitos, dois deles apontados como sendo os chefes da organização criminosa, foram apresentados à imprensa nesta sexta-feira (20).
De acordo com o delegado Alexandre Bruno, titular da Delegacia Estadual de Combate a Roubos e Desvios de Cargas (Decar), Diego Ranieri Serafim e Elton John Silva de Paula montaram uma empresa em Itumbiara, contrataram motoristas de caminhão autônomos e então passaram a pegar cargas de açúcar que deveriam ser levadas para cidades de Minas Gerais. “No meio do caminho os motoristas, já aliciados por Diego e Elton, desviavam a carga e então procuravam cidades de outros estados para registrar ocorrências. Temendo serem descobertos após registrarem tantos boletins de uma mesma empresa, os dois sócios passaram a falsificar as ocorrências, e assim continuaram recebendo os valores junto às seguradoras pelos supostos roubos”, destacou.
Além do dinheiro do seguro, Diego e Elton, segundo o titular da Decar, faturavam também com a venda do açúcar desviado, que era colocado em outras embalagens e revendido para comerciantes que nem suspeitavam da fraude. Pelo que apurou a polícia, em dois anos eles teriam faturado mais de R$ 15 milhões com a fraude, que envolvia também o desvio de carregamentos de outros produtos como soja e milho. “O mais importante na investigação é que além da prisão preventiva dos oito acusados nós também solicitamos junto ao poder judiciário o bloqueio das contas dos líderes para que possamos ao menos tentar ressarcir o prejuízo às empresas e seguradoras, já que com o golpe eles passaram a ter um alto padrão de vida”, concluiu Alexandre Bruno.
Além de Diego e Elton, também foram presos pela Decar e pelo Serviço de Inteligência da PM Avenir Alves Vilela Segundo, Lourival Ribeiro Júnior, Jaime Diego de Almeida Ricardo e Tiago Silva Costa. Luiz Pedro de Almeira e Adriano Venâncio Morares encontram-se foragidos.
Hébio Luis Tasse que, segundo a polícia, também faz parte da quadrilha e que foi quem confirmou todo o esquema ao ser preso no final do ano passado, encontra-se em liberdade condicional, e como colaborou com as investigações, não teve sua prisão solicitada.
Todos os nove suspeitos responderão por associação criminosa, falsa comunicação de crime e uso de documentos falsos.