Marconi propõe troca do semiaberto pelo monitoramento de presos
Ao comandar mais uma rodada de reuniões com representantes do Programa Goiás Mais Competitivo e…
Ao comandar mais uma rodada de reuniões com representantes do Programa Goiás Mais Competitivo e Inovador, o governador Marconi Perillo propôs nesta terça-feira (7) que em Goiás seja implantada a substituição do regime semiaberto pelo de monitoramento de presidiários. Marconi encaminhou aos secretários Edson Costa (Segurança Pública) e Joaquim Mesquita (Segplan) a determinação para que sejam feitos estudos técnicos e avaliação da possibilidade.
Na abertura do encontro, o governador relatou que tem recebido queixas de prefeitos sobre crimes praticados por presos do regime semiaberto. Marconi citou o caso de Aparecida de Goiânia para alertar a gravidade do problema. Segundo ele, ontem mesmo, após receber em audiência o prefeito Gustavo Mendanha e o ex-prefeito Maguito Vilela, determinou que no município seja extinto o regime semiaberto e acionado exclusivamente o modelo de monitoramento de presos.
“O ex-prefeito e o atual prefeito de Aparecida trouxeram a mim dados que comprovam que a maior parte dos presos do regime semiaberto comete crimes durante o dia, quando estão fora do presídio, e depois retornam ao presídio para dormir. Essa é uma realidade. Olha, se é verdade isso, e todas as evidências indicam que sim, nós temos que partir imediatamente para transformar esse custodiado em monitorado, porque ele será monitorado o dia inteiro pelo nosso sistema de inteligência. No semiaberto, ele não é monitorado. Com base nas queixas, ontem mesmo orientei o secretário Edson a acabar com o semiaberto em Aparecida”, narrou Marconi.
O governador solicitou os estudos para ampliar a mudança para todo o Estado. Além da questão do semiaberto, determinou ainda que seja agendada uma reunião com membros do Tribunal de Justiça para tratar da Regionalização do Sistema de Execução Penal. A pretensão de Marconi é construir Unidades Prisionais em cinco regiões do Estado, cada uma com capacidade média para 800 presos. Contudo, ele solicitou a avaliação da capacidade máxima dos presídios de alta complexidade para preferencialmente se limitarem a 300 vagas.
Ele informou também que agendará uma audiência com o ministro da Justiça em exercício, José Levi, para solicitar recursos destinados à construção de novas Unidades Prisionais e a conclusão das obras em andamento (a mais urgente é Planaltina). O governador pediu também a avaliação da equipe para indicarem qual modelo de gestão é mais adequado a ser adotado em Goiás, considerando custo benefício e segurança. Solicitou também estudos para que ele defina o que é necessário para suprir o déficit de vagas nos presídios, conforme remanejamento para os monitorados.
“Essa força tarefa de hoje objetivou discutir uma estratégia para o sistema prisional. Nós todos acompanhamos no Brasil, desde o início de ano, rebeliões e problemas gravíssimos envolvendo presídios. Nós já estávamos atentos a isso e de lá para cá redobramos as nossas sentinelas e preocupações com vistas a buscarmos o quantos antes um planejamento estratégico que envolva a melhoria do sistema, a ampliação da rede física, inteligência, logística, informática, enfim…”, disse o governador.
O secretário de Segurança Pública, coronel Edson Costa, apresentou ao governador e demais presentes na audiência um diagnóstico do Sistema Prisional de Goiás e discorreu sobre propostas para aperfeiçoamento da estrutura no Estado. Ele defendeu a necessidade de reestruturação do sistema existente. Segundo o secretário, os principais fatores que contribuíram para a crise no Brasil foram a superlotação com alta concentração; a guerra de facções criminosas; a precariedade das estruturas físicas; o déficit de vagas e o déficit de servidores e investimentos. De acordo com um levantamento apresentado por ele, o crescimento médio da população carcerária em Goiás é de 14,5% ao ano, enquanto a média nacional é de 17,5%.
Segurança prepara regionalização
Para implementar o programa de Regionalização de Unidades Penitenciárias, o secretário justificou que seria necessário dotar o sistema de níveis de gestão que possibilite a custódia a partir da classificação técnico criminal e de um conjunto de critérios pré-estabelecidos, que considere comportamento, disciplina, periculosidade, recorrência e envolvimento com organizações criminosas.
As premissas do projeto englobam a gestão das vagas e movimentação dos presos a cargo do Estado (Seap); e a gestão prisional comporta quatro níveis de segurança (máxima, alta, média e módulo de respeito), possibilitando o atendimento com padrões de estruturas físicas diferenciadas. Os objetivos principais da regionalização da gestão prisional seriam reduzir custos e otimizar a administração.
Participaram também da reunião o vice-governador José Eliton; o secretário Joaquim Mesquita (Segplan); a superintendente regional da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em Goiás, Rosa Fernandes Schlaepfer; o procurador-Geral do Estado, Alexandre Tocantins; o procurador-Geral de Justiça, Lauro Nogueira; o tenente-coronel Francisco Ramos Jubé; o superintendente de Ações e Operações Integradas da SSP-GO, Emmanuel Henrique Balduíno de Oliveira; o superintendente de Administração Penitenciária, Victor Dragalsew; o comandante-Geral do Corpo de Bombeiros de Goiás, coronel Carlos Helbingen Júnior; entre outras autoridades das corporações goianas.