Senador do PL defende PM que jogou homem de ponte: “deveria jogar do penhasco”
Jorge Seif (PL-SC) escreveu que “banho no córrego” foi prêmio e depois apagou o post
O senador Jorge Seif (PL-SC) fez um post nas redes sociais defendendo os policiais que participaram da ação onde um PM jogou um homem de uma ponte na Cidade Ademar, na Zona Sul de São Paulo. Seif afirmou que os policiais só erraram em não jogar o jovem de um penhasco.
“Imprensa nacional demonizando a PM de SP. O erro dos policiais foi ter jogado o meliante em um córrego. Deveriam ter jogado do penhasco. Porque com essa justiça sem vergonha que libera vagabundo em audiência de custódia, levar pra delegacia e ser satirizado por criminoso é o fim do mundo. Tomar um banho no córrego é prêmio”, escreveu Jorge Seif.
O político bolsonarista apagou a postagem das redes sociais.
O Senador do PL ainda havia ironizado a situação, dizendo que ” tomar um banho no córrego” foi um prêmio para o jovem.
Prisão
O soldado de primeira classe Luan Felipe Alves Pereira, que jogou um homem de uma ponte em São Paulo, foi preso na manhã desta quinta-feira (5). O Tribunal de Justiça Militar de SP acatou ao pedido de prisão da Corregedoria da Polícia Militar. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública.
De 1º de janeiro até 29 de novembro, São Paulo teve 697 mortes decorrentes de intervenção de PMs, contra 460 em todo o ano passado, segundo o Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp). O aumento foi de 51%. Desse total, 595 foram cometidas por policiais em serviço e 102 por agentes de folga. Somadas as mortes por policiais civis, o estado conta 768 casos, uma alta de 66% sobre os dez primeiros meses de 2023. Em relação a todo o ano passado, a alta é de 42%.
Trabalhador e sem ficha criminal
O mecânico Antônio Donizete do Amaral, pai do jovem que foi jogado pelo policial de uma ponte, quer que a Polícia Militar explique o que aconteceu. Antônio contou que o filho Marcelo trabalha como entregador e não tem ficha criminal.
“Ele está bem, mas não conseguimos falar com ele. É inadmissível, não existe isso aí. A polícia está aí para fazer a defesa da população, não fazer o que fez. Trabalhador, menino que sempre correu atrás do que é dele. Não tem envolvimento, passagem (pela polícia), não tem nada. Eu gostaria de uma explicação desse policial”, disse o mecânico.
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