Sepultura menor que caixão constrange família de vítima de covid-19, em Maurilândia
Uma sepultura construída com medidas incorretas causou 10 horas de atraso no enterro de uma…
Uma sepultura construída com medidas incorretas causou 10 horas de atraso no enterro de uma vítima da Covid-19 em Maurilândia, a 249 km da capital. De acordo com a família da vítima, parte do caixão chegou a ser serrado, mas ainda assim seguiu sem encaixe na cova. A sepultura precisou ser refeita enquanto a família esperava pelo enterro no cemitério municipal da cidade.
A idosa – identificada como Maria de Lourdes Borges, 69 anos – faleceu na última sexta-feira (30), por volta das 11h. De acordo com a família da falecida, o sepultamento respeitou os protocolos sanitários e ocorreu sem velório e com caixão lacrado. A cerimônia, que deveria ter durado cerca de três horas, acabou por volta das 23h da última sexta-feira.
Erro de cálculo
Ao Mais Goiás, uma das netas da falecida que esteve presente no sepultamento, Betina Maria Luís Borges, afirma que tanto a PAX Real, empresa contratada para realização dos serviços funerários, quanto os próprios familiares de Maria de Lourdes solicitaram a construção da sepultura nas medidas corretas aos pedreiros que trabalham cemitério municipal. No entanto, quando chegou a hora do sepultamento, o caixão não entrava na sepultura.
“Passamos para eles que a cova deveria ter 80 centímetros de largura e dois metros de comprimento, mas eles fizeram o trabalho de forma equivocada. Já estávamos aguardando a sepultura desde que fomos informados da morte da nossa avó”. Segundo Betina, a sepultura estava pronta às 19h, mas foi feita com 70 centímetros de comprimento. “Todo trabalho teve que ser refeito e ainda tivemos que pagar mais R$ 200 pelo serviço”, lamenta.
Constrangimentos
Betina diz que além de passarem pelo inconveniente de sepultar a matriarca da família sem realização do velório e com caixão lacrado, também sofreram constrangimento e apreensão no momento do enterro. “A gente estava em um momento delicado e diante daquela situação, ficamos desamparados, sem saber como o sepultamento prosseguiria”, relata.
Por fim, após tentativa frustrada de descer o caixão serrado por meio do uso de cordas, os coveiros do cemitério municipal de Maurilândia decidiram por refazer o trabalho da sepultura. “Depois de horas esperando no enterro, eles começaram a tirar tijolo por tijolo para refazer todo o trabalho. Foi uma experiência muito ruim para toda família”, disse Betina.
De acordo com a família da falecida, o representante da empresa contratada para realização dos procedimentos funerários se manteve presente até que a situação fosse resolvida.
Prefeitura
Ao Mais Goiás, o Secretário Municipal de Habitação e Urbanismo de Maurilândia, Weider Vieira de Jesus, afirmou que houve erro de comunicação sobre as dimensões do caixão de Maria de Lourdes entre a PAX Real e a prefeitura de Maurilândia. “Acontece que o referido caixão tinha dimensões específicas que diferem do padrão de urnas no cemitério. Não há nenhum documento da PAX ou da família que informam o tamanho correto da construção de alvenaria da urna”, declarou.
Sobre a contratação do serviço de pedreiros, o secretário afirma que a Prefeitura de Maurilândia não é responsável pelo serviço de alvenaria no cemitério e que esse tipo de contratação é feita de forma particular. No entanto reiterou que o profissional escolhido pela família para realizar o serviço foi o coveiro que trabalha para prefeitura no cemitério municipal.
O Mais Goiás tentou falar com a Prefeitura de Maurilândia, responsável pelo cemitério municipal da cidade e com a empresa PAX Real, de Santa Helena, mas não obteve respostas até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestações das partes envolvidas no caso.