Pelo fim da terceirização

Servidores da Celg entram em greve e fecham as portas da companhia

Na sede da empresa no Jardim Goiás, a passagem de veículos e pessoas está sendo impedida. Agências também estão paralisadas

A sede da Celg Distribuição S.A, no Jardim Goiás, amanheceu hoje de portas fechadas. No local, servidores bloquearam a entrada com arames e uma tenda, que agora reúnem dezenas de funcionários.

Em greve desde quarta-feira (22), os servidores reivindicam o cumprimento da determinação judicial que pede a contratação imediata dos 941 candidatos que estão em cadastro reserva. O concurso público foi realizado no final de 2014.

Segundo diretor administrativo do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg), Heliomar Palhares Pedrosa, os servidores da Celg estão com problemas emocionais e de saúde por conta da sobrecarga de trabalho, além do frequente assédio moral de alguns consumidores. “Os funcionários estão com altos índices de absenteísmo, doenças psicossomáticas, consultas a psicólogos e stress porque parte da sociedade nos consideram responsáveis pela corrupção”, desabafou.

Em nota, a Celg Distribuição S.A. informou que vem buscando uma “negociação coletiva pautada na realidade econômica em que se encontra, de modo a conciliar as necessidades dos seus empregados e a capacidade financeira da empresa.”

A Companhia ainda afirmou que apresentou, na última quinta-feira (16), uma proposta aos trabalhadores, mas, segundo a nota, a oferta da Celg, até o momento, não foi respondida oficialmente pelo Sindicato.

Controvérsia

O Stiueg rebate essa informação. Segundo o diretor administrativo do sindicato, João Maria, uma assembléia foi realizada no dia 16 na porta da sede da empresa. Na ocasião, os servidores rejeitaram a proposta e votaram, por unanimidade, o indicativo da greve. “Foi tudo dentro da forma legal, como tem que ser feito”, ressaltou.
celg
Já Heliomar diz que a contratação não terá impacto na folha de pagamento da empresa. “A folha da Celg, com todos os servidores, representa 3% da arrecadação, então contratar esses 941 não vai representar nem 1% da arrecadação da Celg, então não tem desculpa”, garantiu.

Paralisação

A adesão dos servidores à greve é total, afirma Heliomar. Segundo o diretor do sindicato, apenas os serviços essenciais continuam funcionando, como o atendimento de urgência e emergência. O atendimento nos 0800 e nas Unidades Vapt Vupt também seguem normalmente. O Stiueg ainda garantiu que não serão feitos cortes de energia e que as religações continuam.

Segundo a assessoria de imprensa da Celg, os serviços de manutenção estão sendo prejudicados, pois não é possível mais entrar e sair com veículos da sede da empresa. A maioria das agências da companhia, na capital e no interior, também está fechada.