Querem o Aprofundamento

Servidores da Saneago realizam ato em apoio às investigações da Operação Decantação

Mobilizados pelo Stiueg, trabalhadores foram até a sede do Ministério Público Federal, onde foi entregue um ofício endereçado ao promotor Mario Lúcio Avelar

Um grupo de servidores da Saneago, da capital e do interior, se mobilizou na tarde desta quinta-feira (15) em defesa das investigações do Ministério Público federal (MPF) sobre as suspeitas de irregularidades na estatal. No dia 24 de agosto, o órgão deflagrou a Operação Decantação para apurar um suposto esquema de pagamento de propinas e fraudes em licitações que estariam ocorrendo na empresa há quase uma década.

Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás (Stiueg) João Maria de Oliveira, cerca de 3.500 servidores participaram do ato. Eles se reuniram em frente ao Cepal do Setor Sul, de onde partiram em direção ao MPF para entregar ao promotor Mário Lúcio Avelar um ofício em que pedem o aprofundamento das apurações.

“Nosso objetivo foi mobilizar os trabalhadores para cobrar publicamente que a situação da Saneago seja passada a limpo”, afirma o diretor. “Nós queremos que sejam aprofundadas as investigações e defender a empresa desses ataques.”

Segundo ele, o sindicato já havia encaminhado ao Ministério Público de Goiás (MPGO) diversas denúncias sobre possíveis irregularidades em contratos da estatal, porém, diz o diretor, naquele órgão as denúncias nunca prosperaram. “Agora que o MPF está à frente, queremos que tudo seja esclarecido, principalmente quanto à licitação das subdelegações dos serviços de esgotamento, da qual a Odebrecht foi vencedora. É um contrato de 30 anos, de bilhões de reais e extremamente nocivo aos interesses do povo e do Estado”, denuncia José Maria.

Na sede do MPF, o grupo não pode ser recebido pelo Avelar, que está em viagem, mas o ofício foi entregue em mãos a uma assessora direta do promotor. No texto, o sindicato afirma que o aprofundamento das investigações “se torna necessário para que não se coloque na vala comum da suspeição os mais de cinco mil funcionários, que honrosamente trabalham nesta empresa”.

Ainda na carta, os dirigentes do sindicato declararam que acreditam que o MPF “não medirá esforços na elucidação dos fatos, demonstrando para a sociedade que a honra, a virtude, a honestidade e a justiça prevalecerão, mesmo contra a vontade de uma pequena minoria”.