Dezenas de servidores do Tesouro Nacional ocupavam por volta das 17h30 desta quarta-feira, 17, o hall de entrada do gabinete do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pedindo uma audiência para tratarem de questões salariais.
Nesta terça-feira, 16, 95 gerentes e gerentes de projetos do Tesouro entregaram os cargos e o movimento de greve da categoria atrapalhou nesta quarta os leilões de títulos. “Hoje, pela primeira vez em dez anos, não houve o leilão que estava agendado”, disse o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores e Técnicos de Finanças e Controle (Unacon Sindical), Rudinei Marques.
Para esta quarta-feira, deveria ser realizado leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional, série B – NTN-B, conforme o cronograma anual de leilões. No entanto, em comunicado divulgado na terça, o Tesouro havia cancelado o leilão, alegando “motivos de força maior”.
Segundo Marques, partir desta quinta-feira, 18, os servidores do Ministério da Transparência, que fazem parte da mesma carreira do Tesouro, também entrarão em greve. A categoria reivindica isonomia no tratamento com outras carreiras do Ministério da Fazenda, como a Receita Federal, que recebeu um aumento conforme acordado ainda no governo da presidente afastada Dilma Rousseff.
No mês passado, os servidores da Receita também ocuparam o hall do quinto andar do edifício sede do Ministério da Fazenda, mas não chegaram a ser recebidos por Meirelles.
Os servidores do Tesouro têm em mãos um documento assinado pelo ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, em 26 de abril, quando ele ainda era secretário executivo do Ministério da Fazenda.
No ofício, ele recomendou ao então secretário executivo do Planejamento, Francisco Gaetani, que verificasse a conveniência de reduzir em quatro níveis a tabela de progressão da carreira dos funcionários do Tesouro. Essa medida manteria o alinhamento remuneratório com as demais carreiras da Fazenda que ocorre desde 2006.