Servidores da saúde planejam para esta quinta-feira (28/7) uma mobilização às 17h na Praça Cívica. A intenção, segundo a presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves, é realizar um ato ecumênico no local e, em seguida, partir em direção a Trindade, rumo ao Santuário do Divino Pai Eterno.
“Decidimos, além de todo o processo de luta que temos feito, fazer também uma jornada pela saúde. Cada pessoa, em sua forma de expressar a religiosidade, independente de segmentação, vai até lá rezar em prol dos trabalhadores e do usuário, que sofre com a falta de atendimento”, explica Flaviana. “Vamos rezar também pelos governantes, pedir que seja feita uma intervenção para que os direitos dos servidores sejam respeitados”, complementa.
Os integrantes do Sindsaúde reclamam que os servidores da área estão sem receber a data-base de 2007 a 2010 e que a reposição salarial de 2015 e 2016 também foi ignorada. Além disso, o governo estaria descumprindo os direitos previsos no Plano de Carreiras e propenso a promover um corte na gratificação de produtividade.
Flaviana ressalta que o sindicato que ela dirige tentou por diversas vezes um posicionamento do governo quanto às demandas da categoria, mas todas as tentativas de diálogo teriam sido ignoradas. “Por isso temos feito varias manifestações publicas na porta do Palácio e na frente da Secretaria Estadual de Saúde. Em uma ocasião chegamos a ser recebidos pelo Leonardo [Vilela, titular da pasta], porém ele nos disse que não esta na governabilidade dele, já que são questões que dizem respeito à questão financeira do estado”, relata a sindicalista.
De fato, a assessoria de imprensa da SES informou ao Mais Goiás que o órgão não se pronunciará sobre o caso pois questões salariais não competem à secretaria. A Secretaria de Estado de Gestão e Planejamento (Segplan), pasta indicada como a responsável por responder sobre o tema, afirmou por meio de nota que “o Governo de Goiás tem realizado um enorme esforço fiscal que tem garantido o pagamento em dia de todo o funcionalismo, ao contrário do que ocorre em vários outros Estados”. Segundo a pasta, todas as negociações salariais dependem da evolução fiscal do Estado, que é objeto de análise diária da Junta de Programação Orçamentária e Fiscal, que reúne as secretaria de Gestão e Planejamento, Fazenda, Casa Civil e Procuradoria-Geral do Estado.
De acordo com Flaviana, há possibilidade de radicalização do movimento caso o governo estadual não estabeleça diálogo com os sindicalistas. “É um processo de construção, mas se houver corte, vai haver greve”, assegura.