Servidores técnico-administrativos iniciam greve na UFG, no IFG e no IF Goiano
Estudantes do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepai) da UFG também ocuparam a unidade na manhã de hoje em protesto contra a PEC 241
Trabalhadores técnico-administrativos em Educação (TAEs) começaram na manhã desta segunda-feira (25) a paralisação na Universidade Federal de Goiás (UFG), no Instituto Federal de Goiás (IFG) e no Instituto Federal Goiano (IFGoiano). A greve foi aprovada em assembleia realizada no dia 17, na Reitoria da UFG, e reivindica a não aprovação da PEC 241, que prevê o congelamento dos gastos públicos nos próximos 20 anos.
Na última sexta-feira (21), o Conselho Universitário (CONSUNI) da UFG divulgou uma nota onde classificou como “desastrosas” as consequências da implementação da PEC 241 “tanto para a educação quanto para a saúde, a seguridade social, bem como todos os programas sociais que são desenvolvidos no âmbito do Governo Federal,” diz o texto.
No início da manhã de hoje, manifestantes bloquearam a entrada do prédio da Reitoria da UFG. Em seguida, estudantes do Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepai) da UFG ocuparam a unidade. “A tendência aqui na UFG é avolumar a participação dos estudantes. Hoje mesmo tem uma manifestação promovida pelo DCE às 12h, e a tendência é que vá se interrompendo as aulas na UFG”, disse João Pires Júnior, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior do Estado de Goiás (SINT-IFESgo).
Nos Institutos Federais, porém, o calendário acadêmico já foi comprometido. Seis Câmpus no Estado foram ocupados por estudantes que também são contra a aprovação da PEC 241.
O Câmpus de Goiás da UFG também foi ocupado por estudantes na última quinta-feira (20). Desde então as aulas estão paralisadas na unidade.
Diálogo
O movimento grevista e de ocupações ainda pode prejudicar a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), entre os dias 5 e 6 de novembro, já que parte das provas são aplicadas nas instuições federais de ensino. “Se o governo não quiser dialogar a atividades como o Enem estarão sim comprometidas nas unidades de ensino superior em Goiânia”, garantiu o coordenador do SINT-IFESgo.
Apesar de atacarem a proposta da PEC 241, os servidores dizem ser favoráveis a um ajuste fiscal, mas desde que não implique em uma maior exclusão social e uma maior concentração de renda. Eles reinvidicam, ainda, um diálogo com o governo para encontrar uma proposta realmente efetiva para o problema. “Acreditamos que tem que ter de fato um ajuste fiscal. Mas o ajuste fiscal tem que buscar solução efetiva no Brasil, e isso acontece no combate à corrupção, na auditoria da dívida públlca, no fim das isenções fiscais. Aí sim nós vamos promover uma reforma tributária necessária e que vá dar recursos financeiras para superar a crise”, argumenta João Pires.
Desde segunda-feira (24), trabalhadores técnico-administrativos em educação de 26 instituições federais de ensino de várias partes do país deflagraram greve, segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores em Educação das Universisdade Brasileiras (Fasubra).