Sindicato repudia agressões de ativistas a repórteres
Com a saída de Sininho, fotógrafos e cinegrafistas se aproximaram para registrar as imagens e foram impedidos por 32 ativistas
A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio, Paula Máiran, repudiou as agressões entre fotógrafos, cinegrafistas e manifestantes na noite dessa quinta-feira, 24, em frente ao Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, após a saída de três ativistas presos. “Custo a crer que quem agride jornalistas sejam manifestantes em luta por direitos que (agindo assim) agridem trabalhadores”.
A confusão aconteceu após a saída de Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, que ficou 13 dias detida. Antes dela, foram libertados Igor D’Icarahy e Camila Jourdan. Com a saída de Sininho, fotógrafos e cinegrafistas se aproximaram para registrar as imagens e foram impedidos por 32 ativistas. Houve empurra-empurra quando ela seguia para o carro, estacionado a 20 metros do local. Os dois grupos cercaram o veículo e as agressões físicas começaram. Um fotógrafo teve a máquina danificada, assim como um cinegrafista, que também ficou ferido.
“Não é uma agressão apenas contra a integridade física do trabalhador, mas também contra a sociedade porque ele (jornalista) deve garantir as informações relevantes para a sociedade”, afirmou Paula. “Somos pautados pela defesa da democracia e dos direitos humanos. (A agressão) É uma incoerência e um prejuízo para a luta travada nas ruas, mas não podemos criminalizar os movimentos sociais, por um desvio de um segmento minoritário dos manifestantes”.
Com os dois casos de ontem, já passa de 90 a quantidade de jornalistas agredidos na cidade desde maio de 2013, pouco antes do início das manifestações. A maioria dos casos foi cometido por policiais militares contra os profissionais. “O problema é que os jornalistas apanham de todos os lados (da polícia e dos manifestantes). É um sinal de que nossa democracia está muito frágil”.