Tá bom mas não tá

SMS apresenta balanço na Câmara e vereadores criticam gestão

No ano passado foram registrados 8.853 óbitos de moradores de Goiânia

A secretária municipal de Saúde de Goiânia, Fátima Mrué, apresentou balanço referente ao terceiro quadrimestre de 2018 na tarde da última terça-feira (23). A prestação de contas foi feita aos vereadores da Comissão de Saúde e Assistência Social da Câmara da capital. Os parlamentares criticaram a gestão de Mrué.

No ano passado foram registrados 8.853 óbitos de moradores de Goiânia: 55,69% do sexo masculino e 44,19% do sexo feminino. A maioria com 75 anos ou acima. 239 crianças menores de 1 ano morreram.

“Apesar do município tentar passar uma imagem de melhoria, o que assistimos em Goiânia é um verdadeiro caos, deterioração das unidades de saúde”, disse a vereadora Priscila Tejota (PSD), que preside a comissão.

Também participaram da reunião os parlamentares Dra Cristina (PSDB), Gustavo Cruvinel (PV), Divino Rodrigues (PROS); Dr.Gian (PSDB); Andrey Azeredo (MDB) e Oséias Varão (PSB).

A tucana afirmou que “a história da Saúde em Goiânia está sendo desconstruída. Esses dados no papel não condizem com a realidade”. Já Divino Rodrigues reclamou da infraestrutura das unidades de saúde, citou o CAIS Jardim Novo Mundo e a situação da Esplanada do Anicuns, comunidade que representa.

“Concordo plenamente com o senhor; essas unidades precisam e muito de reforma. Têm mais de 30 anos”, respondeu a secretária aos apontamentos do vereador Divino. “Infelizmente, não há como reformar mais de 80 unidades e não podemos abandonar o paciente que nos procura. Precisamos atendê-lo. Como pudermos”, finalizou

E a vereadora Priscila Tejota finaliza as críticas: “PSFs funcionando sem médicos, unidades fechadas, além de inúmeros problemas estruturais e de gestão, demonstrando mais uma vez a incapacidade dessa administração e a dificuldade da secretária em admitir os fatos”.

Rede de atendimento

Segundo a secretária, os investimentos feitos pela Prefeitura em saúde, no terceiro quadrimestre de 2018, estão acima dos 15% previstos em Lei. Ela afirma que foram investidos 18,05% de recursos próprios e que isso corresponde a R$ 2.755.687.704,85.

Foram realizadas 140.573 internações hospitalares na capital: 79.521 para cirurgias e 60.165 para procedimentos clínicos. 51,47%, dos pacientes atendidos não mora em Goiânia. Especificamente em UTIs foram feitas 14.405 internações com 58,3% de outras cidades.

Por isso, a secretária reafirmou a necessidade de diálogo com hospitais de outros municípios e citou o exemplo de Aparecida de Goiânia, que conta com dez novos leitos de UTI, 60 de internação e 20 de urgência.

“É uma rede em funcionamento. Não é o município de Goiânia ou de Aparecida isolado. Não é o estado. Somos todos nós, gestores, em função de uma rede de atenção à saúde que contemple as necessidades dos pacientes do estado”, disse Fátima.

Fátima comentou que os leitos de UTI são a maior preocupação e que, em 2017, mil pessoas a mais do que em 2016 conseguiram acesso à internação. “No ano de 2018 aumentamos mais ainda. Isso significa que essas mil pessoas a mais conseguira acesso, se isso não tivesse acontecido, talvez as famílias estivessem hoje chorando por elas”, finaliza.

Mais dados

As consultas/atendimentos realizados pelo SUS em unidades próprias da SMS foram 1.570.189, que corresponde a 58,90% do total. Na Atenção Básica, esse número sobe para 99,12%. Na Atenção Especializada, foram 815.963 atendimentos na Urgência, 81,83% na SMS.

Os Distritos Sanitários das Regiões Noroeste, Campinas/Centro, Sudoeste e Leste foram os mais demandados de janeiro a dezembro de 2018. Na Atenção Especializada, ganha destaque também, no período, o Distrito Sanitário Sul.