‘Só quero ser esquecida’, diz babá de Henry após relatar agressões
A babá Thayná de Oliveira Ferreira, que voltou atrás na sua versão anterior ao confirmar…
A babá Thayná de Oliveira Ferreira, que voltou atrás na sua versão anterior ao confirmar ao menos três agressões sofridas pelo menino Henry, morto na madrugada de 8 de março, diz estar triste, revela cuidados com a sua saúde mental e afirma querer apenas ser esquecida em meio à investigação do caso.
O relato foi repassado à reportagem pela advogada Priscila Guilherme Sena, que representa Thayná. O UOL revelou os bastidores do depoimento dado na tarde de 12 de abril pela babá, que chorou ao lembrar do menino e pediu desculpas ao delegado por ter mentido na sua primeira versão, quando disse que a relação da família era harmoniosa.
O vereador Dr. Jairinho e a professora Monique Medeiros, padrasto e mãe de Henry, foram presos no dia 8 de abril por suspeita de atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas. Padrasto e mãe do menino são investigados por envolvimento no assassinato.
“Eu só quero estar reclusa cada vez mais e ser esquecida. Estou priorizando a minha saúde mental e minha paz interior. Estou muito triste com tudo isso. Eu só rezo todos os dias para que tudo seja resolvido o mais rápido possível”, disse Thayná de Oliveira.
Na mensagem, a babá também revela preocupação com os parentes em decorrência da exposição pelo caso. Ela ainda reforça que todas as informações sobre o caso foram registradas no seu depoimento.
A advogada Priscila Sena, que a representa, relembrou dos momentos de angústia da babá antes e durante o relato dado à Polícia Civil. “A Thayná se emocionou bastante nos momentos em que lembrava do menino. Ficava dizendo que ele era muito carinhoso”, contou.
‘Doutora, eu vou ser presa?’
No último domingo (11), um dia antes do novo depoimento, a advogada Priscila Sena disse ter falado com Thayná pessoalmente pela primeira vez na casa da mãe da babá, em Bangu, zona oeste do Rio. Na conversa, que durou quase três horas, ela demonstrava nervosismo e acreditava que poderia ser presa.
“Ela [Thayná] me perguntou: ‘Doutora, eu vou ser presa?’. Eu só falei que ela precisava contar a verdade. Aí, ela me contou exatamente o que está no depoimento, relatando os três casos de agressões, quando o menino aparecia machucado [após estar com Jairinho]”, lembrou Priscila Sena.
Questionada sobre a primeira versão sobre o caso, quando disse à polícia que a relação da família era harmônica e não relatou os episódios de violência, a advogada disse que a babá se sentiu pressionada por Monique. “Ela se sentiu bastante pressionada pela Monique, e também ficou desconfortável com a abordagem do advogado [André França Barreto, que deixou o caso nesta semana]”, disse.
Em depoimento, a babá disse ter sido levada ao escritório do advogado após a morte de Henry, onde falou com o advogado e com Monique.