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Sobrenome de 5 milhões de brasileiros, ‘Silva’ tem passado sombrio; conheça

Mesmo quem não tem Silva no sobrenome provavelmente conhece um amigo ou parente que tem

Foto: Reprodução

Você é um? Herdado por cerca de 5 milhões de brasileiros, o sobrenome Silva carrega um passado sombrio marcado por dor e resistência. Para muitos, como Fernando Santos da Silva, de 32 anos, ele simboliza a conexão com ancestrais escravizados que receberam o nome de seus captores.

“É um símbolo de resistência”, afirma o vendedor de antiguidades do Rio de Janeiro, que compartilha o sobrenome com nada menos que 150 parentes. Essa perspectiva contrasta com o estigma que o sobrenome enfrentou por décadas, associado à pobreza e à opressão em um país majoritariamente negro, que só aboliu a escravidão em 1888.

Das senzalas ao protagonismo

Historicamente, senhores de escravos nomeavam os escravizados com sobrenomes como Silva, Costa e outros ligados à geografia ou à propriedade. Esse costume deixou marcas que persistiram mesmo após a abolição. Alguns ex-escravizados adotaram esses nomes ao se registrar formalmente, buscando pertencimento ou em demonstração de lealdade.

Hoje, o significado do nome mudou. Celebridades como o músico conhecido apenas como Silva ajudaram a ressignificar o sobrenome. “Estamos em todos os tipos de lugares”, diz Rene Silva, ativista e apresentador que destaca histórias de sucesso de pessoas com o nome.

Conforme publicado pelo The News York Times, o sobrenome Silva chegou ao Brasil com a colonização portuguesa, tendo seu primeiro registro em 1612. Entre os escravizados, os batismos realizados por padres também perpetuaram o nome. Aqueles que eram levados às florestas frequentemente recebiam Silva, enquanto os que ficavam na costa ganhavam Costa.

Entre figuras ilustres que carregam o nome estão o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a atriz Maisa Silva e o jogador Neymar da Silva Santos Júnior. Para Lula, o nome é motivo de orgulho. “É o nome do povo”.

*Com informações do The News York Times