SUZY OLIVEIRA
‘Sou médico, não sou juiz’, diz Drauzio Varella sobre reportagem com trans
No dia 1º de março o dominical Fantástico exibiu uma reportagem do médico Drauzio Varella…
No dia 1º de março o dominical Fantástico exibiu uma reportagem do médico Drauzio Varella sobre a vida de mulheres trans nos presídios masculinos. Desde então, a matéria tem repercutido na internet, positiva e negativamente.
O relato que mais comoveu os telespectadores foi o da detenta Susy Oliveira, que afirmou não receber visitas na cadeia há cerca de oito anos. “Solidão, né minha filha?!”, diz Drauzio Varella antes de dar um abraço em Susy.
Após a repercussão, a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo explicou como enviar cartas para a detenta que, desde então, já recebeu mais de 234 cartas, chocolates, bíblias entre outros presentes.
Contudo, o crime cometido por Susy veio à tona e gerou a revolta de muitos internautas.
Rafael Tadeu de Oliveira dos Santos, nome de batismo de Susy, foi preso por estuprar e estrangular o menino Fábio dos Santos Lemos, de 9 anos, em maio de 2010. De acordo com uma tia de Susy, ela também tentou estuprar uma criança de 3 anos e o próprio sobrinho, de 5.
Com a indignação do público, o médico emitiu uma nota, lida pelos apresentadores do Fantástico no último domingo (8).
Confira na íntegra a nota publicada por Drauzio Varella:
[olho author=””]Há mais de 30 anos visito presídios onde cuido da saúde de detentos e detentas. Em todos os lugares em que pratico a Medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado. Sigo essa conduta para que meu julgamento pessoal não me impeça de cumprir o juramento que fiz ao me tornar médico. No meu trabalho na televisão, sigo os mesmos princípios. No caso da reportagem veiculada pelo Fantástico na semana passada, não perguntei nada a respeito dos delitos cometidos pelas entrevistadas. Sou médico, não juiz.[/olho]
Ainda durante o Fantástico, o apresentador Tadeu Schmidt disse que “os crimes das entrevistadas não foram mencionados porque este não era o objetivo da reportagem”.
“Foi divulgado uma estatística geral do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos sobre as presidiárias trans mostrando que 38,5% estão presas por roubo; 34,6% por tráfico; 15,4% por furto; 7,7% por homicídio e 3,8% por associação para o tráfico”, acrescentou Schmidt.