SP: aposentada sofre golpe e perde R$ 208 mil para homem que fingia ser Johnny Depp
A moradora de Osasco acreditava que estava conversando com o ator pelo Instagram.
Uma aposentada de 61 anos perdeu R$ 208,4 mil reais para um golpista que fingia ser o ator Johnny Depp. A vítima, moradora de Osasco (SP) acreditava que estava conversando com o ator de “Piratas do Caribe” pelo Instagram. A mulher chegou a vender casa e carro para ajudar o golpista, de acordo com o processo que moveu contra o Banco do Brasil para tentar repor as perdas com as transferências que fez (pedido que foi negado pela Justiça).
A aproximação dos dois começou em outubro de 2020, quando conversavam sobre “assuntos cotidianos”. Com o tempo, a pessoa que se passava por Depp começou a dizer que precisava de dinheiro “para o pagamento de condenações em processos nos quais estava envolvido”. A aposentada fez depósitos para Antônio Roberto do Carmo, identificado pelo golpista como o “amigo brasileiro de seu advogado”. Ou seja, de Johnny Depp.
Na época, o ator estava envolvido em uma disputa judicial com a ex-mulher, a atriz Amber Heard, que o acusou de violência doméstica. A aposentada chegou a fazer uma cirurgia plástica acreditando que iria se mudar para Los Angeles por causa do relacionamento.
De acordo com o processo, a vítima chegou a fazer um depósito em novembro de 2020 no valor de R$ 15 mil e outros dois em dezembro, de R$ 40,4 mil e R$ 153 mil.
Segundo a advogada Eduarda Silva Chaves Tosi, que representou a vítima na ação, a pandemia contribuiu para a aposentada acreditar na mentira do golpista, “haja vista o abalo emocional vivenciado”. A advogada acrescentou que “ela só procurava uma saída ou mudança de vida”.
As conversas com o criminoso foram interrompidas após a interferência do filho da aposentada, que viu as transferências e descobriu que a mãe foi vítima de um golpe.
A aposentada entrou na Justiça contra o Banco do Brasil alegando negligência ao permitir as transferências. Segundo a mulher, a instituição tem responsabilidade no caso, por ter permitido que o golpista que se passava por Depp no Instagram abrisse uma conta falsa.
A instituição se defendeu dizendo que a mulher “transferiu os valores por livre e espontânea vontade” e que o prejuízo não foi causado pelo branco, e sim “em razões de acontecimentos que escapam ao seu poder”.
De acordo com o processo, a mulher não apresentou boletim de ocorrência e nem mesmo conversa com o perfil do suposto golpista.