São Paulo

SP tem fila de 201 exames de Covid-19 de pessoas que já morreram

No total, incluindo os de pessoas que já morreram, há 16 mil testes de coronavírus represados em SP

Goiás registra 1.071 casos de coronavírus nas últimas 24 horas

O estado de São Paulo tem 201 exames de Covid-19 de pessoas que já morreram na fila para serem analisados, o que deve elevar o número de mortes causas pelo novo coronavírus, que era de 136 até a última terça (31). No total, incluindo os de pessoas que já morreram, há 16 mil testes de coronavírus represados em SP, informou o governo do estado nesta quarta (1º)

“Uma parcela desses 201 óbitos acumulados vai dar positivo. São pessoas que estavam com Covid-19 e que não foram confirmados na época do óbito, vai ser agora”, afirmou o secretário estadual de Saúde, José Henrique Germann. O governo diz que o diagnóstico deles ficará pronto nas próximas 24 horas.

O índice de casos suspeitos que se confirmam, no entanto, é baixo, afirmou o secretário. A reportagem questionou a Secretaria da Saúde de SP qual a porcentagem de casos que são descartados, mas o governo não soube informar.

O Instituto Adolfo Lutz tem capacidade para processar 1.200 testes por dia. Para baixar a fila, o Ceac (Centro Estadual de Análises Clínicas) da zona norte, do governo, vai passar a fazer exames, com 200 amostras por dia a partir desta quarta e 720 por dia a partir de segunda-feira (6).

O governo diz que também fechou parceria com um laboratório privado para processar mais 720 amostras diárias, e está em negociação com outras duas entidades. As unidades regionais do Instituto Adolfo Lutz em Santo André, Sorocaba, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto vão passar a analisar 500 exames por dia, número que pode dobrar no futuro.

Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo nesta quarta-feira mostrou que os cemitérios públicos da cidade de São Paulo estão recebendo diariamente de 30 a 40 corpos de pessoas que morreram com suspeita de estarem contaminadas pelo novo coronavírus, mas sem que a condição fosse avalizada pelo teste laboratorial.

Por causa do atraso em disponibilizar os resultados dos testes de comprovação da doença, a imensa maioria desses mortos não aparece na contabilização feita pelo Ministério da Saúde como óbitos decorrentes da Covid-19.

Principal medida do governo para conter a disseminação do novo coronavírus, o fechamento do comércio decretado pelo governador vale, inicialmente, até 7 de abril. O governador João Doria (PSDB) afirmou que ainda não sabe se haverá prorrogação, e que essa medida só será anunciada na véspera, em 6 de abril.

O governo anunciou também nesta quarta que vai ampliar o programa Vivaleite, que distribui leite para a população mais pobre, e incluir 21 mil idosos que estão em abrigos ou em residências socioassistenciais.

A partir de segunda e por dois meses, eles vão receber 15 litros de leite por mês, enriquecido com ferro e vitaminas A e D, além de um suplemento alimentar. Idosos estão no grupo de maior risco da Covid-19.

Já na noite desta quarta, os restaurantes Bom Prato, que fornecem refeição a R$ 1, passarão a abrir também para o jantar. As refeições são servidas em embalagens, já que os restaurantes não podem abrir para evitar aglomerações.