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Suspeito de ataque à sede da produtora do Porta dos Fundos é preso na Rússia

Nome de Eduardo Fauzi estava na Difusão Vermelha da Interpol. Processo de extradição para o Brasil já foi solicitado

Eduardo Fauzi Foto: Reprodução

Apontado pela polícia de ser um dos autores do ataque à sede da produtora de vídeos Porta dos Fundos, em dezembro, na Zona Sul do Rio, o empresário Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, foi preso nesta sexta-feira, em Moscou, na Rússia, segundo a TV Globo. O nome do empresário estava na Difusão Vermelha da Interpol. O Itamaraty já iniciou os trâmites do pedido de extradição.

Com 20 anotações anteriores em sua ficha criminal, Fauzi foi reconhecido por investigadores em vídeos de uma câmera de segurança registrados após o ataque. Ele aparece em Botafogo, bairro vizinho ao Humaitá, enquanto desembarca e retira uma fita que protegia a placa do carro utilizado no atentado. A polícia acredita que ele dirigia o veículo utilizado na ação que envolveu pelo menos outras quatro pessoas que jogaram bombas de coquetel molotov na entrada da produtora.

— Achavam que fui muito estúpido pra não cobrir o rosto e não alterar a voz, mas fui conectado o suficiente pra ser avisado do mandado a tempo de viajar pra fora do país — justificou Fauzi ao “Projeto Colabora”.

Em entrevista dias após embarcar para a Rússia, Fauzi assumiu a autoria do crime e disse que iria pedir asilo na Rússia. Ele também declarou que soube com antecedência sobre a expedição de um mandado de prisão contra ele.

Questionado sobre os objetivos do ataque, Fauzi, que é filiado ao PSL, disse que agiu apenas por motivação política. Na entrevista e em um vídeo divulgado durante a semana, ele demonstrou insatisfação com o especial de Natal do Porta dos Fundos (“A primeira tentação de Cristo”), na qual Jesus Cristo foi retratado como homossexual.

O empresário tem mulher e filho em Moscou e viajou para a capital russa três vezes ao longo do ano passado. O tratado bilateral de extradição Brasil-Rússia exige a decretação da prisão ou uma condenação de pena privativa de liberdade pela Justiça. O empresário tem um pedido de prisão feito pela Polícia Civil do Rio no dia 30 de dezembro.