Suspeito de matar criança de 4 anos em São Paulo já foi preso outras três vezes
A polícia está ouvindo testemunhas para tentar localizar um homem suspeito de matar com um…
A polícia está ouvindo testemunhas para tentar localizar um homem suspeito de matar com um tiro no tórax uma criança de 4 anos, na noite de domingo (11), em Santo André (ABC). Ele fugiu em seguida e está sendo procurado.
Segundo relatado pela mãe da vítima, uma dona de casa de 22 anos, a motivação para o crime seria uma antiga desavença entre um ex-vizinho e o pai da menina Ester de Oliveira Sigoli, o caseiro Jorge Willians de Oliveira Sigoli, 30 anos, por causa de uma vaga de garagem.
De acordo com boletim de ocorrência registrado domingo no 2º DP de Santo André, a família da criança disse que Bruno de Freitas Lopes, 27 anos, é quem fez os disparos, que também atingiram o pai da menina. O suspeito não tem defesa constituída, segundo a polícia.
Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), o 5º DP, que assumiu o caso, “realiza a oitiva de testemunhas e busca elementos que auxiliem no esclarecimento do crime e prisão do autor”.
O suspeito, de acordo com a polícia, já foi preso ao menos três vezes.
O atirador, conforme boletim de ocorrência de janeiro de 2012, foi preso no dia 16 daquele mês por ser suspeito de roubar a bolsa de uma operadora de caixa, na época com 31 anos, quando a vítima aguardava um ônibus em um ponto na avenida Dom Pedro 2º, em Santo André.
A mulher relatou à época, em depoimento, disse que o homem, identificado como mecânico, a abordou com violência, quando ela estava no ponto, levando, em seguida, a bolsa da vítima. O homem, que usava roupas de motociclista, teria fugido a pé no sentido da rua Bandeiras.
Policiais militares faziam patrulhamento pela região e foram chamados pela vítima, que informou sobre o assalto e a direção em que o ladrão havia fugido.
Na altura do número 55 da rua das Bandeiras, os PMs localizaram o homem sentando em uma moto Yamaha Fazer preta, segurando a bolsa da vítima. Nenhuma arma foi encontrada. Ele foi preso em flagrante por roubo e levado ao 2º DP de Santo André, mesma delegacia em que o assassinato de Ester foi registrado, nove anos depois.
Em 2013, ainda segundo registrado pela polícia, o mecânico foi preso por violência doméstica e, em 2015, por receptação de produto de origem criminosa.
Pelo roubo, a reportagem apurou que ele foi condenado a quatro anos, em regime aberto. Pelo crime de receptação, ele cumpriu pena, não especificada, no semiaberto. O caso de violência doméstica foi extinto.
Assassinato da menina
Sobre o assassinato de Ester, o pai dela afirmou em depoimento à polícia que o suspeito o surpreendeu com os tiros, por volta das 20h30, quando ele desembarcava do carro com quatro crianças e a mulher.
Após os tiros, a mãe de Ester partiu para cima do suspeito, ainda de acordo com a polícia, que a teria agredido com uma coronhada na testa —a mulher ficou ferida. Ele fugiu, em seguida, de carro.
Ester foi ferida com um tiro na região do tórax e seu pai no braço e na perna esquerdos. Mesmo ferido, ele dirigiu seu carro até a emergência do CHM (Centro Hospitalar do Município). Antes disso, ele deixou as três crianças que estavam no carro com uma parente.
No hospital, a criança não resistiu e dois projéteis, de revólver, foram retirados dos membros de Sigoli. Ele teve alta em seguida e foi à delegacia, onde prestou depoimento. “Ele ressaltou que já havia sido ameaçado de morte, recentemente [pelo suspeito] e que já havia ocorrido desavenças anteriores entre eles”, diz trecho do relato.
Em entrevista à TV Globo, a delegada que investiga o caso, Nathalie Rodrigues, disse que já havia um histórico de brigas entre o pai da garota e o suspeito de ser autor dos disparos. “Inclusive, a vítima disse que já tinha sido ameaçada de morte pelo autor”, afirmou a delegada à emissora.