EDUCAÇÃO EM RISCO

Suspensão do bloqueio de verbas não reverte corte de R$ 7,8 milhões da UFG

Universidade teme não conseguir arcar com gastos de manutenção e itens de pesquisa nos próximos três meses

UFG vai oferecer mais de 4,4 mil vagas na 1ª etapa do Sisu 2022
As inscrições da primeira etapa do Sisu 2022 serão abertas após a divulgação do resultado do Enem (Foto: UFG - Divulgação)

A suspensão do bloqueio de R$ 2,4 bilhões destinados à Educação não reverte o corte de R$ 7,8 milhões no orçamento sofrido pela Universidade Federal de Goiás (UFG) em junho de 2022 e compromete os gastos de outubro, novembro e dezembro. É o que afirma a própria instituição, que sofre sucessivas reduções de recursos desde 2016, mas viu a situação se agravar neste ano.

De acordo com a universidade, o valor do corte anterior ainda não foi devolvido e a ausência dessa verba compromete o pagamento de fornecedores de água, luz, limpeza, segurança, manutenção predial, material de manutenção e almoxarifado.  As 863 pesquisas em andamento, além das aulas práticas em laboratórios, também serão prejudicadas devido a falta de recursos para a compra de materiais de laboratório.

O pró-reitor de Administração e Finanças da UFG, Robson Maia, explica que os gastos mensais da universidade estão na ordem de R$ 5.6 milhões. Somente os gastos com segurança, energia elétrica e limpeza, somados, demandam R$ 3 milhões por mês.

Atualmente, a UFG possui 28 mil estudantes nos 105 cursos de graduação e 1.821 ações de extensão. Dos alunos, 75% não tem condições de custear os estudos e dependem do ensino público para se graduar.

A situação ficou preocupante após a publicação do Decreto 11.216 que definiu um contingenciamento de 5,8% no orçamento do Ministério da Educação, que foi o mais atingido pelos congelamentos do governo federal neste ano. Universidades e institutos federais de todo o país fizeram manifestações e após a pressão, o ministro da Educação, Victor Godoy, declarou a liberação do recurso na segunda-feira (10).

Diante de um cenário de incertezas, a UFG integra uma mobilização nacional organizada pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) durante este sábado (15) nas redes sociais. A entidade convocou as comunidades universitárias de todo o país e a população em geral a fazer publicações sobre  “A importância das universidades e da educação pública para a sua vida e a vida de todos” usando as hashtags: #universidadeeudefendo, #educaçãoeudefendo e #cienciaeudefendo.

*Jeice Oliveira compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Artur Dias