TAM e Gol cancelam voos para Argentina devido à greve geral no país
As companhias permitirão que o passageiro faça a mudança do destino sem multa
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A greve de várias categorias de trabalhadores da Argentina afeta desde ontem (30) as viagens aéreas entre o Brasil e o país vizinho. Só no aeroporto internacional de Guarulhos, em Cumbica, 19 vôos foram cancelados, sendo dez partidas e nove chegadas das companhias TAM, Gol e Aerolíneas Argentinas. As informações são da concessionária do terminal, GRU Aiport.
A TAM informou que, desde ontem, 19 vôos da companhia foram cancelamento. Os voos partiriam de São Paulo, Rio de Janeiro e Assunção, no Paraguai, rumo a Argentina.
De acordo com a companhia, cinco vôos que partiriam do terminal de Guarulhos foram cancelados, mas um deles foi reprogramado para decolar às 11h10 com destino ao aeroporto internacional de Ezeiza, o maior da Argentina.
A empresa esclareceu que os passageiros podem remarcar a data da viagem para os próximos 15 dias sem custo adicional, mas os interessados ficam sujeitos à disponibilidade de assentos. Outra opção dada ao cliente é a mudança do destino, sem multas, porém, tendo de arcar com as diferenças tarifárias.viagens sem taxas.
Greve Geral
A Central de Trabalhadores da Argentina (CTA) e a Confederação Geral do Trabalho (CGT), que concentra a maioria dos sindicatos da área de transportes, convocaram para amanhã (31) uma greve geral. Os sindicalistas querem que o governo corrija o limite de isenção do imposto sobre salários, que atualmente está em 15 mil pesos (R$ 5,5 mil, pelo câmbio oficial). O ministro da Economia, Axel Kicillof, disse, porém, que o teto foi reajustado há dois anos e que está “muito bem do jeito que está”.
Esta é a quarta greve geral convocada durante o governo da presidenta Cristina Kirchner, que está no fim do segundo mandato. Em agosto, ocorrerão as prévias das eleições presidenciais de outubro e, pela lei, Cristina não pode se candidatar ao terceiro mandato consecutivo. A partir de meia-noite desta segunda-feira (30), e durante 24 horas, bancos, ônibus, trens e caminhões deixarão de funcionar, mas outros serviços, como o transporte aéreo, já estão sendo afetados.
O ministro do Trabalho, Carlos Tomada, criticou os sindicalistas responsáveis pela greve, alegando que representam apenas uma parte do setor de transportes e que estão fazendo reivindicações em nome da minoria (10%) dos trabalhadores que pagam Imposto de Renda. O líder da CTA, Pablo de Micheli, rebateu as críticas dizendo que os argentinos têm pelo menos “20 razões” para protestar (entre eles, o alto índice de inflação) e ameaçou estender a greve para 36 horas, se não conseguir chegar a um acordo com o governo.
No ano passado, a Argentina registrou índice inflação de 24%, segundo dados oficiais, e de 39%, de acordo com medições de institutos privados.