Tartaruga com mordida mais forte que a de um leão é encontrada em SP

Uma tartaruga-aligator (macrochelys temminckii), originária das Américas Central e do Norte, foi encontrada no acostamento de uma estrada rural, próximo a uma represa do rio Santo Anastácio, em Presidente Prudente (a 556 quilômetros de São Paulo). As mandíbulas dessa espécie são tão fortes que podem quebrar ossos humanos com facilidade.

Tamanha violência está ligada à pressão da mordida que, segundo a Polícia Ambiental, pode ultrapassar os 600 quilos. Em um comparativo simples, a mordida de um leão chega a cerca de 400 quilos.

Tartaruga com mordida mais forte que a de um leão – o resgate

A tartaruga foi encontrada por um estudante universitário de Direito que passava de carro pela estrada, na última quinta-feira (26). “A tartaruga era grande e estava no acostamento. Quis evitar que ela fosse atropelada”, disse ao UOL, João Pedro Rodrigues Paes, 20.

Paes dizsse que o tamanho do réptil chamou a atenção. Ele chegou a acariciar o casco da tartaruga, afinal, “ela parecia ser bastante dócil”.

O estudante decidiu levar o animal até à base da Polícia Ambiental, após ligar para a corporação. “Eles acharam que se tratava de um jabuti, mas aquele exemplar era bem diferente. Eu sei o que é um jabuti e aquele não era um”.

O resgate contou com a ajuda de um morador das redondezas que passava de moto pelo local e auxiliou a colocar a tartaruga – de cerca de 25 quilos – na carroceria do veículo.

A surpresa

O animal foi entregue à Polícia Ambiental e passou por atendimento de veterinários.

“Quando descobri a força da tartaruga-aligator, fiquei impressionado. Eu poderia ter perdido os dedos. Você nunca pensa que uma tartaruga pode ser um bicho bravo”, disse Paes.

A origem

A Polícia Ambiental ainda não sabe como o animal foi parar no local, mas a principal hipótese é que ele tenha sido abandonado na área rural.

“A tartaruga americana mordedora não poderia estar aqui. Agora vai ser destinada ao Zoológico da Cidade da Criança de Presidente Prudente”, afirmou o capitão Júlio César Cacciari, da 3ª CIA da Polícia Ambiental.

“Esse animal não é da fauna brasileira. Ele é um cágado, semiaquático que se alimenta de peixes, lagartos e pequenas aves. É um animal extremamente perigoso e agressivo.”, afirmou Érica Pellosi, médica veterinária do Zoológico da Cidade da Criança.

A polícia tenta identificar o responsável pelo abandono e, se localizado, ele pode ser autuado por ‘introduzir espécimes de outro país’.

A multa pode chegar a R$ 7.000. E a punição pode ir além: se for constatado que a espécie foi trazida ao Brasil para ser comercializada, o responsável pode responder criminalmente por tráfico de animais.