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Taxação do agronegócio: associação diz que Caiado mudou discurso após eleição

"Defendemos o enxugamento do Estado e melhoria da gestão. Não aumentar gradualmente as contribuições", diz membro da Aprosoja

Caiado declara R$ 24,8 milhões em bens à Justiça Eleitoral (Foto: André Costa - Governo de Goiás)

Cristiano Palavro, consultor técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO), diz que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) não falava sobre taxar o agro antes da eleição. Nesse sentido, a ideia de cobrança na produção do setor, que pode chegar a 1,65%, é novidade.

Vale citar, Caiado disse a 23 deputados, na quarta (9), que enviará ainda nesta semana um projeto de lei para criar uma contribuição sobre a produção do agro. O dinheiro arrecadado irá para um fundo que terá administração da Secretaria de Infraestrutura. A medida já ocorreu em outros Estados do Centro-Oeste. A justificativa é sanar a perda de arrecadação do ICMS em decorrência do governo federal.

“Ele diz que irá alimentar o fundo para infraestrutura, mas sabemos que, por outros que implementaram essa taxa, o repasse é mínimo. Vai para o bolo do governo”, rebate Cristiano e fala sobre alternativas: “Defendemos o enxugamento do Estado e melhoria da gestão. Não aumentar gradualmente as contribuições.”

Segundo ele, 1,65% de taxa no agronegócio é agressivo. “Em um período de custos de produção exorbitante. Da safra passada para esta esse custo aumentou 88%. E os preços da soja vêm caindo desde o primeiro semestre. A margem de lucro está apertada e esta taxa será sobre o faturamento bruto. Isso vai refletir em problemas ao consumidor, pois a tendência é repassar a toda cadeia”, argumenta.

Presidente da Alego é contra Caiado taxar o agro

Presente na reunião com Caiado, o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) Lissauer Vieira foi contrário. Pelo Instagram, o parlamentar – que faz parte da Aprosoja – manifestou contrariedade e disse acreditar em outras formas para compensar a queda de arrecadação do ICMS – por causa de lei federal que reduziu a cobrança em combustíveis.

Inclusive, Caiado justificou que as lideranças do agronegócio apoiaram a iniciativa de Bolsonaro para limitar o ICMS, e que já fez os cortes que podia. Segundo ele, neste momento todos devem contribuir.

Ainda de acordo com Cristiano, todo o setor irá se organizar para buscar o Legislativo, a fim de impedir o avanço da proposta. “O esforço será junto aos deputados, já que o Estado parece que não irá recuar.”

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