MANIFESTAÇÃO

Terreiros de candomblé e umbanda protestam contra preconceito em Águas Lindas (GO)

Concentração para 1ª Marcha do Povo de Axé de Águas Lindas em frente à prefeitura, às 15h desta segunda-feira (2)

Terreiros de candomblé e umbanda protestam contra preconceito em Águas Lindas (GO) (Foto: Pixabay)

Frequentadores de terreiros de candomblé e umbanda realizam, nesta segunda-feira (2), um protesto contra a intolerência religiosa em Águas Lindas, município goiano que fica no Entorno do Distrito Federal. A Primeira Marcha do Povo de Axé em Águas Lindas foi organizada depois que um homem invadiu um terreiro com facão e destruiu imagens de orixás no município vizinho de Planaltina (GO), no dia 23 de março desse ano.

Os manifestantes começaram a se reunir às 15 horas, em frente à prefeitura. A ideia era passar pela comarca do Tribunal de Justiça e pelo prédio da Câmara de Vereadores.

A líder do Terreiro Sol do Oriente, yalorixá Mãe Beth de Iansã, afirma que o protesto ocorre em um momento de escalada dos casos de violência contra a comunidade do terreiro. “Apesar de termos direitos à liberdade de culto, convivemos em constante insegurança devido ao preconceito motivado pelo racismo religioso. As Casas de Santo são invadidas e depredadas, nossas vestimentas e costumes não respeitados e confundidos nos mais diversos espaços e isso é inadmissível”, afirmou mãe Beth ao Correio Braziliense.

No dia 21 de março deste ano, uma loja de materiais afro-religiosos chamada Iansã-Ilê foi invadida e depredada por uma pessoa que se dizia “cristã”. Imagens de orixás e outros objetos foram quebrados, de acordo com a organização da marcha.

No dia 15 de junho de 2021, durante a caça ao serial killer Lázaro Barbosa, policiais invadiram o terreiro Pai André, no entorno do DF, bateram no caseiro da chácara e quebraram itens religiosos.

O protesto dessa segunda pede a instalação de uma delegacia de crimes raciais; uma ouvidoria para casos de crimes religiosos; a criação de um espaço público municipal e um dia de celebração direcionado à cultura afro-brasileira. Outras demandas do grupo são a criação de um Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial, com a garantia da voz dos religiosos nas instâncias governamentais que discutem políticas públicas e a criação de um Conselho Municipal de Promoção de Igualdade Racial.