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Entre os projetos a serem desenvolvidos futuramente pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central deve constar um Plano de Mudanças Climáticas. O objetivo é, entre outras coisas, reduzir o desmatamento, principalmente ilegal, e adotar medidas para conter o aquecimeto global.
A proposta é do secretário de Gestão e Planejamento de Goiás, Thiago Peixoto, que tem se destacado como o principal representante técnico e executivo de Goiás no Movimento Brasil Central (MBrC), que teve Palmas (TO) como sede do 3º Fórum dos Governadores do Brasil Central na semana passada.
A área de meio ambiente é uma das que compõem carteira de projetos prioritários regionais contida no protocolo de intenções assinado na capital tocantinense pelos governadores de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantins. O documento, a ser encaminhado às casas legislativas das seis unidades da federação, formaliza a criação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central.
Além de meio ambiente, as áreas prioritárias são: agropecuária; industrialização; inovação, ciência e tecnologia; empreendedorismo; educação; infraestrutura e logística; e turismo. Dentro de cada um desses grupos temáticos, futuramente, serão definidos os projetos específicos de desenvolvimento regional. “A ideia é construirmos ações que atendam os interesses dos estados da região como um todo”, explicou o governador Marconi Perillo, que tem se destacado como liderança política do bloco de governadores.
Thiago Peixoto, que é deputado federal licenciado pelo PSD, já tinha defendido a criação de um Plano Estadual de Mudanças Climáticas no mês passado em Aruanã, durante mais uma edição do projeto Agenda Goiás. Articulando-se junto com o colega de partido Vilmar Rocha, que secretário de Cidades e Meio Ambiente de Goiás, o titular da Segplan decidiu transferir a ideia também para o Brasil Central. “É assunto de suma importância que não pode ser adiado. As gerações futuras dependem do que fizermos agora”, disse Thiago Peixoto.
Para Goiás, ele propôs ações como a criação de parques urbanos, para contribuir com a redução da temperatura dos microclimas e no aumento da umidade nas cidades; a implantação de um plano de controle de poluição veicular; a execução de um inventário das emissões de gases do efeito estufa, com definição de redução das metas pelo setor produtivo; o investimento na valorização dos remanescentes de Cerrado; a recuperação das pastagens degradadas e utilização destas pela agropecuária; e a aposta em energia limpa, como a opção pela energia solar e pelas PCHs e CGHs.
Com relação ao Brasil Central, Thiago Peixoto entende que muitas dessas ações também podem ser aplicadas. “Mas é claro que cada unidade da federação tem suas particularidades e isso precisa ser observado. Precisamos de ações que se apliquem a todos e que tragam resultados efetivos. Não podemos ficar apenas no discurso”, justificou o secretário, que tem conversado com Vilmar Rocha constantemente a respeito das preocupações. “Com certeza Goiás, seja com a Secima ou com a Segplan, vai contribuir com essa discussão no Brasil Central”, acrescentou Peixoto.
O protocolo de intenções assinado em Palmas entre os seis governadores cria um modelo de cooperação entre as seis unidades da federação. Ele estabelece, entre outros pontos, a criação do Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central. A ideia é construir uma agenda desenvolvimentista com base em ações em vários eixos estratégicos que interessem a todos as UFs em bloco.
Além de Marconi Perillo, assinaram o documento na capital tocantinense os governadores Marcelo Miranda (PMDB-TO), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), Pedro Taques (PSDB-MT), Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) e Confúcio Moura (PMDB-RO). Entre outros pontos, o protocolo estabelece aporte mínimo inicial de R$ 1,9 milhões de cada Unidade da Federação para custeio e manutenção do futuro consórcio que irá ter sede física em Brasília, em um prédio cedido pelo Banco de Brasília (BRB).
Cooperação
O Movimento Brasil Central (MBrC) é um bloco de cooperação político e econômico criado em Goiânia em julho deste ano com a presença dos governadores de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia. A primeira conversa sobre a ideia de articular um trabalho de desenvolvimento regional a partir da região central do Brasil ocorreu em novembro do ano passado em Harvard, nos Estados Unidos, entre o deputado federal goiano Thiago Peixoto (PSD-GO) e o professor Roberto Mangabeira Unger, titular da universidade.
O assunto voltou à pauta em junho de 2015, durante um evento do Governo de Goiás, em Goiânia, com a presença de Mangabeira. Na oportunidade, já ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, ele provocou o governador Marconi Perillo (PSDB-GO) a liderar a construção de uma agenda de desenvolvimento regional. Desde então, o bloco foi criado e já ocorreram reuniões do Fórum dos Governadores do Brasil Central em Goiânia (julho), Cuiabá (agosto), Palmas (setembro) e ainda estão programadas outras em Campo Grande (MS), em outubro, Brasília (DF), em novembro, e Porto Velho (RO), em dezembro.
Há, ainda, a possibilidade de uma reunião de encerramento em Goiás, em local a ser definido, também em dezembro. A tendência é organizar um seminário para avaliar o trabalho desenvolvido pelo MBrC em 2015 e traçar as metas para o ano que vem. Desde o início do processo, se destacam no bloco as figuras do governador Marconi Perillo, principal articulador político, e do secretário Thiago Peixoto, principal nome do ponto de vista técnico e executivo do grupo.