Violência

Tiroteio entre PMs e bandidos termina com oito mortos na Rocinha, no Rio

Os baleados chegaram a ser socorridos e levados para o Hospital Miguel Couto, mas não resistiram, de acordo com informações da UPP da Rocinha. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios.

Pelo menos oito pessoas morreram durante um tiroteio entre policiais do Batalhão de Choque (BPChq) e criminosos na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio, na manhã deste sábado. Os baleados chegaram a ser socorridos e levados para o Hospital Miguel Couto, mas não resistiram, de acordo com informações da UPP da Rocinha. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios. O Grupamento Aeromóvel (GAM) realiza monitoramento aéreo na região e o cerco na região foi reforçado.

De acordo com a Polícia Militar, agentes do Choque patrulhavam a comunidade quando foram atacados na Rua 2 e na localidade Roupa Suja. Houve confronto. Com os bandidos, foram apreendidos um fuzil, seis pistolas e duas granadas. Pelo menos uma pessoa foi presa. A PM está em ação continuada na comunidade da Rocinha desde setembro de 2017.

O fluxo de veículos na estrada Lagoa-Barra segue sem bloqueios, mas o Centro de Operações da Prefeitura do Rio recomenda motoristas a optarem por vias alternativas. A Grajaú-Jacarepaguá e o Alto da Boa Vista têm boa movimentação.

Um balanço divulgado pela Polícia Militar neste sábado indica que mais de 50 pessoas morreram na Rocinha desde 18 de setembro, incluindo dois PMs e uma turista espanhola. Desde então, a polícia realiza uma ação continuada na comunidade. A polícia considera a maior parte dos mortos como criminosos. Esse número também inclui as pessoas que morreram neste sábado.

Mais cedo, moradores da comunidade usaram as redes sociais para relatar que escutaram muitos tiros, e que diversos pontos da região ficaram sem luz. A Light informou que aguarda condições de segurança para que os técnicos possam trabalhar no local e restabelecer o fornecimento de energia no trecho interrompido.

“Muitos tiros na Rocinha…aqui a bala canta mais que o galo da manhã”, escreveu uma internauta.

“Mais um capítulo da novela ‘Bala comendo na Rocinha'”, afirmou outra.

“Na Rocinha você é acordado às 6h, no susto, num sábado, com muita sequência de tiro e sei lá o que, sem poder pôr o nariz na janela. Bom dia!”, disse mais uma pessoa.

Além dos comentários dos moradores, circulam vídeos em que pode-se ouvir barulhos de disparos.

MORTOS NA COMUNIDADE

Na quarta-feira, tiroteio entre policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha e traficantes na localidade conhecida como Largo do Boiadeiro terminou com duas mortes. Um morador, identificado como Marechal, e o policial militar Felipe Santos de Mesquita foram baleados, não resistiram e morreram.

O policial foi baleado no abdômen e chegou a ser encaminhado para o Hospital Miguel Couto, na Gávea, mas não resistiu ao ferimento. O morador era conhecido como Marechal e consertava aparelhos eletrônicos de moradores para se manter ocupado, uma vez que já estava aposentado. Ele mantinha uma barraquinha onde realizava os serviços.

Na sexta, uma mensagem que circulou nas redes sociais dizia que Marechal foi morto por traficantes por ter protegido o policial que acabou morto. Ele também teria devolvido aos PMs a arma do soldado. De acordo com a Rádio CBN, a polícia investiga a mensagem.

Na semana passada, PMs do Batalhão de Choque fizeram uma operação na Rocinha e foram atacados a tiros por criminosos, dando início a um intenso confronto. A auto-estrada Lagoa-Barra chegou a ficar fechada por meia hora por causa do tiroteio. Os disparos atingiram um transformador na localidade conhecida como Roupa Suja, deixando dezenas de moradores sem luz. Apesar do confronto, não houve registro de feridos. No fim da operação, os policiais apreenderam três explosivos, um rádio transmissor, munição e drogas.