CRIME ORGANIZADO

Tráfico e milícia dominam 1.413 favelas do Rio de Janeiro

Mapa da violência feito pela Polícia Civil e obtido pelo RJ2, da TV Globo, foi enviado ao Ministério da Justiça e ao STF

Um relatório da Polícia Civil encaminhado ao Ministério da Justiça e ao Supremo Tribunal Federal (STF), obtido e divulgado pelo RJ2, da TV Globo, mostra que o crime organizado atua em 1.413 comunidades do Rio. O tráfico comanda 81% desses territórios, e a milícia 19%. O mapeamento mostra ainda que o número de traficantes hoje já é maior que todo o efetivo da Polícia Militar nas ruas.

A facção de traficantes mais numerosa, revela o documento, controla 828 favelas. A segunda maior, comanda 238 favelas, enquanto uma terceira chefia o tráfico em 69 localidades. A milícia está presente em 278 comunidades, um número que já é maior que duas das principais quadrilhas que atuam em território fluminense.

Divisão territorial do crime organizado no Rio

  • Quadrilha de traficantes 1 — 828 comunidades
  • Milícia — 278 comunidades
  • Quadrilha de traficantes 2 — 238 comunidades
  • Quadrilha de traficantes 3 — 69 comunidades

O mapa da violência obtido pelo telejornal mostra ainda uma mudança de comportamento no crime organizado. Investigações recentes da Polícia Civil apontam que agora milicianos passaram a também vender drogas em suas áreas de domínio, enquanto traficantes começaram a utilizar práticas características dos paramilitares em seus redutos.

O documento revela também que mais da metade dos homicídios investigados na capital, na Baixada e na Região Metropolitana do Rio desde 2016 estão ligados ao crime organizado. A Polícia Civil estima que 56.600 criminosos estejam em liberdade e portando armas de fogo de grosso calibre. O número, ainda de acordo com a reportagem da TV Globo, é maior que todo efetivo da Polícia Militar, que conta com 44 mil PMs, sendo apenas 22 mil na atividade fim, em patrulhas e operações de enfrentamento aos criminosos.

A participação de presos ativamente no crime organizado do Rio também é citada no relatório. O levantamento da Polícia Civil mostra que traficantes e milicianos contam com a colaboração de 51 mil presos ligados a estes grupos. O número de bandidos com mandados de prisão abertos mas que estão nas ruas também é grande: estima-se que sejam 895 criminosos de alta periculosidade.

Alguns dos principais parâmetros destacados pelo relatório são:

  • A facção de traficantes mais numerosa controla 828 favelas; milícia domina 278 comunidades
  • Polícia estima que o Rio tenha 56.600 criminosos em liberdade; efetivo da PM nas ruas é de 22 mil homens, segundo RJ2
  • 895 criminosos de altíssima periculosidade têm mandados de prisão em aberto;
  • A maioria dos inquéritos abertos no Rio são de crimes relacionados à violência doméstica: 9.762

As investigações da Polícia Civil no Rio estão divididas da seguinte maneira:

  • 675 inquéritos policiais de associação ou organização criminosa;
  • 4.137 de estupro;
  • 830 de extorsão;
  • 5.522 de homicídio doloso;
  • 3.452 de roubos;
  • 2.200 de tráfico de drogas e associação para o tráfico;
  • 9.762 de crimes relacionados à violência doméstica