Tráfico

Três brasileiros são presos na Tailândia sob suspeita de tráfico de drogas

Entre os presos estão as irmãs Daiana Chalegre Muritiba, 30, e Samara Taxma Chalegre Muritiba, 28, além de Laécio José Paim das Virgens Filho, 25

Irmãs Daiana Chalegre Muritiba, 30, e Samara Taxma Chalegre Muritiba, 28, foram presas. Foto: Reprodução - Redes Sociais

Três brasileiros foram detidos no aeroporto de Bancoc, capital da Tailândia, no dia 13 de junho sob a suspeita de tráfico internacional de drogas.

Entre os presos estão as irmãs Daiana Chalegre Muritiba, 30, e Samara Taxma Chalegre Muritiba, 28, além de Laécio José Paim das Virgens Filho, 25. As famílias dizem acreditar na inocência dos três.

“Nossa família está angustiada, sem notícias, sem informações, pois o governo tailandês é muito rígido”, afirma Beatriz Chalegre, 20, irmã das duas mulheres detidas.

As duas são de Feira de Santana (100 km de Salvador), de onde partiram para São Paulo em 11 de junho. Segundo Beatriz, elas disseram que comprariam roupas na capital paulista e depois retornariam para a Bahia.

A família diz que não sabe ainda qual a ligação delas com Laécio e como elas foram parar em Bancoc. Segundo a advogada que representa as irmãs, Kaelly Cavoli Miranda, a polícia tailandesa afirma ter encontrado 15 quilos de droga na bagagem do trio.

Samara é formada em estética e trabalha em uma clínica do ramo na capital baiana, enquanto Daiana, que vive em Feira de Santana, é graduada em administração e comercializa roupas pela internet.

“Elas têm atividade fixa, nunca se envolveram com drogas ou atividades ilegais. Acreditamos na inocência delas”, diz Beatriz Chalegre. “Saíram de Salvador dizendo, em tom de brincadeira, que iriam a São Paulo comprar roupas para abrir uma loja. Por isso, nossa surpresa”.

Segundo ela, o último contato com as irmãs ocorreu em 12 de junho, quando enviaram uma mensagem de texto por meio de um aplicativo, para informar que ocorria tudo bem na capital paulista e que já estavam acomodadas em um hotel.

No dia seguinte, prossegue, a família estranhou a falta de contato, o que provocou uma mobilização. Conforme a jovem, só foi possível localizar as irmãs porque a sócia de uma delas acessou a conta conjunta pelo Instagram e viu que o último login ocorreu em Bancoc.

“Fomos ao aeroporto de Salvador registrar, na Polícia Federal, uma queixa de desaparecimento”, conta a irmã. “Só soubemos que foram presas porque a PF entrou em contato com o Itamaraty, que informou sobre o ocorrido”.

De acordo com a advogada, as irmãs estão presas separadas no Prision Park, na capital tailandesa. Ambas deverão permanecer sob quarentena, por causa da pandemia, até o próximo sábado, 9 de julho, informou Miranda.

“Estamos buscando informações a respeito das circunstâncias da prisão, pois é algo que foge totalmente ao perfil de minhas clientes”, afirma a advogada. “Estamos tentando um defensor público para estabelecermos um canal para troca de informações”.

A reportagem entrou em contato com a mãe de Laécio, que se identificou como Patrícia, 45, que também se disse surpresa com a prisão do filho. “Eu só soube (da prisão), primeiro, porque a família das irmãs entrou em contato comigo. Depois, vi na imprensa”.

A mulher diz que o último contato que teve com Laécio ocorreu no dia 27 de maio, no aniversário dela. “Ele nunca foi de ficar ligando para dizer onde está. A única coisa que eu soube é que tinha ido a São Paulo fazer um curso de tatuagem”.

Depois de receber uma ligação da família das irmãs, diz que tentou telefonar para o filho, sem sucesso. “Eu tomei um baque. Do jeito que a violência está, quando não consegui falar, achei logo que meu filho estava morto”, afirmou.

Ela diz ainda que tem uma previsão de conseguir falar com o filho no próximo dia 19. “O meu emocional está abalado, com crise de tosse, e tenho que conciliar tudo com a rotina da vida”, lamenta. A mãe de Laécio diz temer receber a notícia da morte do filho no país estrangeiro.

Por meio de nota, o Itamaraty informou que, por meio da embaixada em Bancoc, acompanha a situação e “presta toda a assistência cabível aos nacionais, em conformidade com os tratados internacionais vigentes e com a legislação local”.