Três são mortos a tiros e criança ferida na região metropolitana do Rio
Em São Gonçalo, criminosos em um carro passaram de carro pela rua União, dispararam vários tiros contra as vítimas e fugiram. Dois homens morreram no local.
Três homens foram mortos a tiros e um menino de dois anos baleado no bairro Nova Cidade, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, por volta das 21h desta segunda-feira (19).
Com o ataque desta noite, sobe para cinco o número de mortos -entre eles um policial militar em serviço- e três feridos em menos de 24 horas no Rio.
Em São Gonçalo, criminosos em um carro passaram de carro pela rua União, dispararam vários tiros contra as vítimas e fugiram. Dois homens morreram no local.
Segundo a Polícia Civil, um homem e a criança baleados foram levados ao Hospital Estadual Alberto Torres, mas o adulto não resistiu aos ferimentos e morreu. O menino permanece internado.
Na manhã desta segunda (19), um homem morreu e duas outras pessoas ficaram feridas em tiroteio na avenida Presidente Vargas, uma das principais vias do centro do Rio.
As vítimas foram atingidas durante troca de tiros entre criminosos e policiais após tentativa de assalto a uma loja de telefones celulares. Após reação do vigia do estabelecimento, os bandidos fugiram, mas foram interceptados por policiais na altura da estação Central do Brasil.
A troca de tiros ocorreu perto da sede do CML (Comando Militar do Leste), que coordena a intervenção na área de segurança no Rio.
Luís Carlos Pereira Viana, 60, estava em um ponto de ônibus, foi atingido na perna e morreu. Aparecida dos Santos, 46, foi baleada enquanto atravessava a rua e foi levada ao Hospital Souza Aguiar. Ela foi liberada ainda pela manhã.
O vigia da loja assaltada foi atingido de raspão.
PM MORTO
Em Queimados, na Baixada Fluminense, o sargento da PM Rogério Lima dos Santos morreu após ser baleado durante operação na comunidade Caixa D’Água. Segundo a PM, ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento do município, mas não resistiu. Santos é o 27º policial morto no Rio em 2018. Ele estava há 18 anos na polícia e era solteiro.
Crise O Rio de Janeiro passa por uma grave crise política e econômica, com reflexos diretos na segurança pública. Desde junho de 2016, o estado está em situação de calamidade pública e conta com o auxílio das Forças Armadas desde setembro do ano passado.
Não há recursos para pagar servidores e para contratar PMs aprovados em concurso. Policiais trabalham com armamento obsoleto e sem combustível para o carro das corporações. Faltam equipamentos como coletes e munição.
A falta de estrutura atinge em cheio o moral da tropa policial e torna os agentes vítimas da criminalidade. Somente neste ano, 27 PMs foram assassinados no estado -foram 134 em 2017.
Policiais, porém, também estão matando mais. Após uma queda de 2007 a 2013, o número de homicídios decorrentes de oposição à intervenção policial está de volta a patamares anteriores à gestão de José Mariano Beltrame na Secretaria de Segurança (2007-2016). Em 2017, 1.124 pessoas foram mortas pela polícia.
Em meio à crise, a política de Unidades de Polícia Pacificadora ruiu -estudo da PM cita 13 confrontos em áreas com UPP em 2011, contra 1.555 em 2016. Nesse vácuo, o número de confrontos entre grupos criminosos aumentou.
Com a escalada nos índices de violência, o presidente Michel Temer (MDB) decretou a intervenção federal na segurança pública do estado, medida que conta com o apoio do governador Luiz Fernando Pezão, também do MDB.
Temer nomeou como interventor o general do Exército Walter Braga Netto. Ele, na prática, é o chefe das forças de segurança do estado, como se acumulasse a Secretaria da Segurança Pública e a de Administração Penitenciária, com PM, Civil, bombeiros e agentes carcerários sob o seu comando. Braga Netto trabalha agora em um plano de ação.
Apesar da escalada de violência no Rio, que atingiu uma taxa de mortes violentas de 40 por 100 mil habitantes no ano passado, há outros estados com patamares ainda piores.
No Atlas da Violência 2017, com dados até 2015, Rio tinha taxa de 30,6 homicídios para cada 100 mil habitantes, contra 58,1 de Sergipe, 52,3 de Alagoas e 46,7 do Ceará, por exemplo.