TRT proíbe Gustavo Gayer de fazer propaganda eleitoral em comércios de Goiânia
Deputado federal é empresário e defensor de Bolsonaro
O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) proibiu, liminarmente, o deputado federal eleito Gustavo Gayer (PL) de promover propagandas e atividades político-partidárias em comércios ou indústrias de Goiânia. A mesma decisão proibiu que a Della Panificador cedesse espaço ao empresário bolsonarista para esse fim e obrigasse os funcionários a participar – o local já foi usado por ele.
Na decisão do juiz do Trabalho Substituto Kleber Moreira da Silva, de 22 de outubro, aponta-se que “em tese, a conduta dos réus caracteriza o crime de utilização da ‘organização comercial’ para ‘propaganda ou aliciamento de eleitores'”. A decisão foi motivada por ação do Ministério Público do Trabalho (MPT).
O órgão afirma que o deputado eleito realiza reuniões com “propaganda eleitoral ilegal” em várias empresas, visando apoiar sue candidato a presidente no segundo turno. Diz, ainda, que já firmou termos de ajustamento de conduta (TAC) com algumas dessas empresas, mas que Gayer “não tem colaborado com as investigações, ocultando-se deliberadamente com o objetivo de evitar o resultado útil das medidas administrativas até então adotadas pelo MPT” e que “continuou realizando propagandas eleitorais de forma ilegal”.
Já sobre a decisão, o magistrado fixou uma multa diária de R$ 2 mil, por cada empregado prejudicado, até domingo (30), ou seja, as eleições de segundo turno.
O Mais Goiás entrou em contato com a Della e conversou com o proprietário, José Roberto. Segundo ele, não houve qualquer coação e só participava quem quisesse. Além disso, informou que primeiro tinha procurado a Silvye Alves, por ser a mais votada, e depois foi em Gayer, o segundo. De acordo com ele, depois haveria o convite a um candidato da esquerda também.
Ele, contudo, revela que não sabia que o deputado federal eleito já tinha ido em outras empresas e que o MPT já tinha proibido. Nesta terça, inclusive, Roberto assinou o TAC para não realizar mais reuniões do tipo na empresa até o término das eleições. “Mas não teve coação, pelo contrário. É para contribuir com a democracia. Sempre fizemos essas palestras. Mas nesse período não termos mais”, explica.
Gustavo Gayer, na última solicitação do portal, enviou uma receita – em alusão a censura que ocorria durante a ditatura militar. Não foi feito novo contato, mas o espaço segue aberto, caso ele queira se manifestar.
Confira a decisão AQUI.