JUSTIÇA

TSE proíbe campanha de Lula de usar peça que ligue Bolsonaro a canibalismo

Para ministro, propaganda pode "configurar grave descontextualização”

Datafolha: Bolsonaro descola de Lula no Sudeste e freia diferença no Nordeste (Foto: Agência Brasil)

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que a campanha de Lula (PT) não exiba propagandas que associem Bolsonaro (PL) ao consumo de carne humana (canibalismo). A Justiça acatou liminarmente pedido do grupo do presidente.

Na decisão liminar do ministro Paulo de Tarso Sanverino, o jurista afirma que a propaganda pode “configurar grave descontextualização”. Na peça do PT aparecem trechos de uma entrevista de Bolsonaro ao The New York Times em 2016. Na época, o então deputado afirma que só não comeu carne de um indígena morto em um ritual, pois ninguém que estava com ele teve coragem.

“Comeria um índio sem problema nenhum”, aparece Bolsonaro na propaganda do PT. O vídeo utilizado viralizou recentemente nas redes sociais. Após a decisão monocrática, o mérito da liminar deve ser julgado em plenário do TSE nesta semana.

Lula, antes da decisão, ressaltou em entrevista coletiva em Campinas (SP) que o vídeo sobre Bolsonaro e canibalismo não era notícia falsa. “É ele dando uma declaração para um jornalista americano. E ele repetiu. Aquilo não é invenção, fake news, não é maldade nossa. Estamos apenas informando o povo quem é o nosso adversário.”

LEIA TAMBÉM:

PT vai ao TSE contra publicação de Bolsonaro que vincula Lula a facção criminosa