Pesquisa

UFG estuda repelente mais eficaz contra o Aedes aegypti

Com potencial inovador, laboratório da UFG é contemplado com recursos do Funtec para avançar com as pesquisas e colocar produto no mercado

Um repelente contra o Aedes aegypti com ação mais prolongada, segura e eficaz frente aos produtos atualmente comercializados. É esta a proposta de um estudo realizado no Laboratório de Nanosistemas e Dispositivos de Liberação Modificada de Fármacos (NanoSYS) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Os professores Ricardo Neves Marreto e Stephânia Fleury Taveira lideram uma equipe de 15 membros, entre mestres, doutores e estudantes de graduação.

“Atualmente, o usuário precisa reaplicar o produto diversas vezes para manter um nível satisfatório de proteção ao mosquito Aedes. Isso é especialmente difícil no caso de crianças e pode levar a efeitos tóxicos. Por isso, o produto que está sendo desenvolvido foi projetado para liberar a substância repelente gradativamente, mantendo a ação prolongada”, explica Marreto. Além disso, o novo repelente foi projetado para minimizar a penetração dos ativos na pele, o que o distingue dos demais produtos existentes no mercado e, por consequência, amplia a segurança da aplicação.

A pesquisa começou em agosto de 2016, a partir de um ofício enviado pelo Ministério da Saúde para os laboratórios oficiais, com o apelo para desenvolvimento de novos produtos para uso no combate à epidemia de dengue e zika. O desenvolvimento do repelente inicialmente teve a parceria do corpo técnico da Industria Química do Estado de Goiás (Iquego). Hoje é um projeto vinculado ao Centro de Empreendedorismo e Incubação da UFG (CEI Regional Goiânia) e um dos contemplados pelo edital de fomento às ações de inovação em Goiás Nº 001/2016, promovido pela Fundação de Desenvolvimento de Tecnópolis (Funtec).

“A banca examinadora analisou o projeto e, de acordo com todos os critérios estabelecidos, aprovou a ideia inovadora da NanoSYS, acreditando que esta iniciativa pode trazer benefícios reais por se tratar de um assunto tão pertinente, além de uma pesquisa séria, liderada por profissionais competentes e com alto impacto social”, explica o professor Lázaro Eurípedes Xavier, que é presidente da Fundação.

“Nosso diferencial consiste em produzir um repelente com características superiores e com custo equivalente ou menor aquele cobrado pelos produtos atualmente comercializados. Desta maneira, procuramos inovar, alcançando benefícios para a universidade, e, principalmente, para o SUS e para a sociedade brasileira”, afirma a professora Stephânia.

Segundo o Ministério da Saúde, somente em 2016, foram registrados no país quase dois milhões de casos prováveis de dengue, zika e chikungunya. O ano de 2017 começou com mais de 850 cidades brasileiras em situação de alerta em relação as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. Além disso, nos últimos dias, um novo surto de febre amarela em Minas Gerais afetou cerca de 200 pessoas, sendo confirmadas pelo menos oito mortes pela doença.