Universal confirma que Edir Macedo teve alta de tratamento contra covid-19
Instituição afirma que cloroquina fez parte do tratamento; estudos científicos reforçam ineficácia do medicamento no combate à doença. Em março, macedo afirmou que coronavírus é "tática de satanás"
Após ser internado para tratamento do Covid-19, o líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Edir Macedo, 75, recebeu alta nesta sexta-feira (12).
De acordo com nota da Igreja Universal, ele estava internado desde segunda-feira (8) no hospital Moriah, em São Paulo, e fez tratamento com cloroquina —medicamento alvo de propaganda do presidente Jair Bolsonaro e cuja eficácia no combate à doença ainda não tem estudos conclusivos.
Segundo o médico Leandro Echenique, um dos responsáveis pelo atendimento, “ele evoluiu sem intercorrências, apresentou uma ótima evolução clínica e se recuperou totalmente”. A declaração do médico consta da nota da Universal.
Em março, em vídeo que já não está mais disponível online, Edir Macedo recomendava a seus fiéis que não se preocupassem com o coronavírus. Segundo ele, a doença era “uma tática de satanás” e que quando as pessoas ficam apavoradas, “qualquer ventinho que tiver é uma pneumonia para elas”.
“Meu amigo e minha amiga, não se preocupe com o coronavírus. Porque essa é a tática, ou mais uma tática, de Satanás. Satanás trabalha com o medo, o pavor. Trabalha com a dúvida. E quando as pessoas ficam apavoradas, com medo, em dúvida, as pessoas ficam fracas, débeis e suscetíveis. Qualquer ventinho que tiver é uma pneumonia para elas”, afirmava Macedo no vídeo que circulou internet.
Nas imagens, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus recomenda o depoimento do patologista Ben Schmidt, que foi divulgado pelo médico em seu canal do YouTube e que já foi apagado depois de o doutor ser acusado de disseminar notícias falsas sobre a doença.
À época, em nota enviada à coluna da Mônica Bergamo, da Folha, a assessoria da Igreja Universal do Reino de Deus informou que o vídeo foi excluído “assim que se constatou que o especialista da Unifesp havia excluído o depoimento que publicara no YouTube”.