Vacinada contra Covid-19, carioca conta: “Estou com febre e muita dor, mas feliz”
A carioca Jackeline Desiderrio, da ONG Humanid’Aids, está entre as pessoas que participaram dos testes…
A carioca Jackeline Desiderrio, da ONG Humanid’Aids, está entre as pessoas que participaram dos testes cegos da vacina de Oxford contra o novo coronavírus, em que as pessoas podem receber a vacina criada no Reino Unido ou placebo. Em depoimento à revista Marie Claire, ela afirma que os olhos lacrimejam com frequência e o corpo dói muito, mas que ela está feliz.
Veja o depoimento:
“No início de junho, me inscrevi para ser voluntária da vacina de Oxford em um link na internet, que encontrei enquanto pesquisava na sobre o novo coronavírus. Semana passada, entraram em contato comigo por e-mail e, no dia 20 de julho, fiz a primeira visita ao centro de pesquisa e estudo da Rede D’ Or, aqui no Rio de Janeiro. Na avaliação médica, fizeram perguntas sobre a minha saúde, me explicaram sobre a vacina, já na terceira fase de testes, e me encaminharam para os exames de sangue. Dois dias depois, recebi o telefonema que me encheu de esperança: estava com tudo em dia, e havia sido aprovada para participar do experimento. Assim, nesta quinta (23), cheguei ao hospital animada. Primeiro, verificaram meu peso, minha altura, a pressão arterial, saturação e temperatura. Em seguida, colheram minha urina para mais um exame e sangue novamente para fazer um teste de gravidez. Só então me mandaram para a sala em que tomaria a vacina.
Depois da picada, que quase não doeu, me encaminharam para a sala de observação. Antes de liberada, me deram um termômetro para eu acompanhar minha temperatura e uns comprimidos de paracetamol, para caso tivesse febre. Recebi também um cartão com contatos médicos para informá-los de minhas possíveis reações colaterais. Segundo eles, embora ninguém tenha relatado ainda nenhuma reação grave, as previstas seriam febre, dor no local da aplicação, dor de cabeça e fadiga.
Em casa, tive uma noite tranquila. Mas, já pela manhã, comecei a me sentir indisposta, com uma enorme moleza no corpo, muito sono, cansaço e febre de 38 graus. Em seguida, meu corpo inteiro começou a doer; e os olhos, a lacrimejar. Fora a dor no braço que é absurda, mal posso levantá-lo.
Terei que voltar ao Instituto D’Or periodicamente para fazer os exames e ver a resposta do meu corpo em relação à vacina. Mas estou muito feliz por ter participado de um projeto tão importante, que pode exterminar, de vez, esse vírus. Se tudo der certo – e eu acredito nisso! –, logo o mundo todo estará livre desse pesadelo.”