Coronavírus

Veja o que se sabe sobre a vacinação contra a Covid-19 no Brasil

Anvisa liberou neste domingo (17) o uso emergencial da Coronavac e da Oxford/AstraZeneca

Vacinação avança a passos lentos no Brasil (Foto: ROBYN BECK/AFP)

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) deu, neste domingo (17), autorização para uso emergencial da vacina Coronavac —fruto de parceria do instituto paulista Butantan com a farmacêutica chinesa Sinovac— e da vacina de Oxford/AstraZeneca, produzida pela universidade britâica e a farmacêutica sueca em parceria com o instituto federal Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A decisão é inédita, dado o agravamento da pandemia de Covid-19 no país.

Imediatamente após a decisão da agência, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB) iniciou a aplicação da Coronavac, no Hospital das Clínicas, em funcionários do sistema de saúde. Mais doses deverão ser distribuídas já a partir desta segunda (18) no estado. O governo federal, por sua vez, aguarda a distribuição dos frascos da vacina aos estados —ainda não há doses da vacina da Fiocruz no país— e prevê iniciar a campanha nacional de imunização na quarta-feira (20).

Leia abaixo algumas respostas e dúvidas que ainda persistem sobre a vacinação contra a Covid-19 no Brasil.

Quais vacinas foram aprovadas neste domingo? Há outras na fila da avaliação?

A Anvisa aprovou o uso emergencial de 8 milhões de doses de duas vacinas: a Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina Oxford/AstraZeneca, que no Brasil será produzida pela Fiocruz. As instituições pediram aval no início de janeiro.
A vacina russa Sputnik V também havia entrado com pedido na Anvisa, mas a agência disse que a solicitação do laboratório União Química não apresentou os requisitos mínimos para submissão.

Com a aprovação da Anvisa, quantas doses estão disponíveis para uso imediato no país?

Embora o Butantan tenha cerca de 11 milhões de doses prontas da Coronavac, o pedido do aval se referia a apenas 6 milhões de doses que haviam sido importadas da China ainda no ano passado. Portanto, só esse montante pode ser aplicado neste momento. Desse total, cerca de 4,5 milhões já estão rotuladas e prontas para uso. O restante está sendo embalado.

Para o restante das doses, novos pedidos de uso emergencial são necessários, mas espera-se que, a partir da aprovação deste domingo, o processo seja rápido.

Já o pedido da Fiocruz se refere a 2 milhões de doses da vacina de Oxford que seriam importadas da Índia, mas ainda não estão no Brasil e não têm previsão de entrega.

Quando a vacina de Oxford deve chegar ao Brasil?

Não se sabe. A Índia começou sua vacinação no sábado (16), e Pazuello disse que seria interessante que a exportação das doses indianas ocorresse apenas após o início da imunização no país asiático. Ele afirmou que é provável que a entrega para o Brasil seja coordenada para o começo da semana, sem definir uma data. “Estamos nas negociações diplomáticas para a entrega. Todas as medidas que cabiam ao governo federal foram executadas”, afirmou neste domingo (17).

A partir de quando a vacina estará disponível para a população?

Os detalhes ainda não estão claros. O que se sabe é que, num primeiro momento, a Coronavac, a única vacina contra Covid-19 disponível no país, deve ser aplicada em trabalhadores da saúde.

Nesta segunda (18), o governo paulista começa a distribuir doses, seringas e agulhas para imunizar funcionários de seis hospitais do estado:

  • HC (Hospital das Clínicas) da USP em São Paulo;
  • HC de Ribeirão Preto (USP);
  • HC da Campinas (Unicamp);
  • HC de Botucatu (Unesp);
  • HC de Marília (Famema);
  • Hospital de Base de São José do Rio Preto (Funfarme)

60 mil pessoas serão imunizadas nesses locais, diz o governo.

Depois, mas não se sabe exatamente quando, o estado vai distribuir vacinas para prefeituras, que deverão imunizar profissionais de saúde e indígenas.

No resto do país, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que na segunda (18) ele próprio fará a entrega simbólica da vacina aos estados. Logo depois, a FAB (Força Aérea Brasileira) vai iniciar a distribuição aos entes federativos. A previsão é que na quarta-feira (20), às 10h, a campanha nacional comece.

Como será a distribuição da vacina nos estados?

A distribuição das vacinas, segundo o ministro da Saúde, será feita pela FAB a “pontos focais” definidos por cada estado. Pazuello disse que os 6 milhões de doses do Butantan serão distribuídos proporcionalmente aos estados.

No entanto, o governador de São Paulo, João Doria, afirmou que não confia no Ministério da Saúde e que nesta segunda-feira (18) vai enviar 50 mil doses aos trabalhadores de saúde do Amazonas, independentemente da cota do estado no plano federal, para minimizar o colapso do sistema de saúde local.

Quais vacinas foram aprovadas neste domingo? Há outras na fila da avaliação?

A Anvisa aprovou o uso emergencial de 8 milhões de doses de duas vacinas: a Coronavac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a vacina Oxford/AstraZeneca, que no Brasil será produzida pela Fiocruz. As instituições pediram aval no início de janeiro.

A vacina russa Sputnik V também havia entrado com pedido na Anvisa, mas a agência disse que a solicitação do laboratório União Química não apresentou os requisitos mínimos para submissão.

Quem deve receber a vacina primeiro?

Segundo plano divulgado anteriormente pelo Ministério da Saúde, na 1ª fase seriam vacinados:

  • profissionais da saúde;
  • idosos a partir de 75 anos;
  • população indígena;
  • quem tem mais de 60 anos e vive em asilos ou instituições psiquiátricas

Como haverá poucas doses disponíveis neste primeiro momento, já que só há doses da Coronavac no país, o governo ainda não disse quais grupos dentro desse contingente seriam prioritários.

O plano do governo estadual de São Paulo inclui na 1ª fase: profissionais de saúde e grupos vulneráveis como indígenas e quilombolas. A vacina já começou a ser aplicada em São Paulo em profissionais de saúde.

Quando chegar minha hora de ser vacinado, vou precisar fazer agendamento? Se sim, como?

Ainda não se sabe.

Preciso ter algum cadastro prévio? Que documentos preciso apresentar?

Segundo o Ministério da Saúde, caso o paciente ainda não esteja cadastrado nas bases de dados, o profissional de saúde poderá registrá-lo no momento do atendimento. Nem o Ministério da Saúde nem o governo estadual especificaram que documentos são necessários para se vacinar.

Onde a vacina estará disponível e será aplicada? Como saberei aonde ir?

Ao longo do ano, a vacina estará disponível em 38 mil salas de vacinação, mas a aplicação deve obedecer uma ordem de grupos prioritários, a qual será divulgada pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde.