Economia

Vendas de fim de ano em supermercados devem igualar às de 2018

Preço da carne bovina deve continuar alto em 2020, diz Abras

A rede de supermercados Pão de Açúcar impôs restrições aos clientes para evitar o desabastecimento de suas prateleiras em meio à crise causada pela pandemia do coronavírus. "Entendemos que, neste momento, é papel do Pão de Açúcar cuidar para que não falte nenhum item nos lares de todos nossos clientes", diz comunicado da rede direcionado aos consumidores.

Neste fim de ano, quase metade (47%) dos empresários do ramo de supermercados estima que o volume de vendas ficará no mesmo nível do de 2018. Segundo sondagem divulgada hoje (20) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), 37% dos gestores acreditam que as comemorações natalinas e de réveillon vão impulsionar o consumo.

Para obter as respostas, a entidade aplicou um questionário online, que encaminhou a 92 redes supermercadistas de todas as regiões do Brasil. A Abras estima que, no período, as vendas aumentem 7,85%. Além dos empresários que acreditam em uma variação positiva do índice ou em um quadro de estagnação, há uma terceira parcela, com menos otimismo. Ao todo, 16% acreditam que o desempenho será pior do que o do ano passado.

Entre os empresários que expressam confiança, a projeção de crescimento é de 12,3%, superando o resultado esperado pela Abras. A expectativa é de que as vendas do item mais tradicional nas festas natalinas, o peru, apresentem aumento de 14%, o que representa mais 6,9 pontos percentuais em relação a 2018.

Em nota, a associação complementa as informações do panorama de fechamento do ano para o setor. “Dos supermercadistas entrevistados, 45% irão contratar mão de obra temporária, ante 33% em 2018, um crescimento de 12 pontos percentuais, principalmente impulsionados pelo aumento no movimento nas lojas durante o final do ano e devido ao melhor desempenho do varejo em 2019”, diz a Abras.

A perspectiva do setor é de que sejam geradas 30 mil vagas de emprego temporário nesse período de festas. A maioria das funções é de âmbito operacional, como de empacotador (43,5%), operador de caixa (37%) e repositor (35,9%).

Carnes

Quanto ao mercado de carne bovina, o presidente da Abras, João Sanzovo Neto, afirma que o consumidor deve continuar pagando mais pelo produto. Segundo Sanzovo, “o próprio governo já se pronunciou dizendo que o preço estava defasado e, mesmo com uma eventual queda nas exportações à China, o preço da carne não deverá baixar”. Ele recomenda que os clientes economizem nas festas de fim de ano adotando um cardápio com outros tipos de proteína, “como os suínos, as aves e peixes”.

Ainda segundo a pesquisa, espera-se que todos os produtos de proteína tenham incremento nas vendas. Encabeçam a lista peixes frescos (15%), bacalhau (14,2%) pernil (13,7%), frango (13,4%), carne bovina (12,9%), chester (12,8%), lombo (11,9%) e tender (11,3%).

Também com possível expansão no volume de vendas, o empresariado destaca panetone (13,9%), pernil (13,7%), chester (12,8%), frutas nacionais da época (12,7%), lombo (11,9%), frutas especiais importadas (11,8%), frutas secas (11,7%) e tender (11,3%). No corredor das bebidas, os itens que devem ser mais procurados este ano do que em 2018 são cervejas (13,4%) e sucos (12,4%). Os vinhos nacionais aparecem em terceiro lugar (12,2%), ultrapassando os espumantes e frisantes (11,1%), os refrigerantes (11,0%) e os vinhos importados (10,1%).

De acordo com a Abras, a tendência é que todos os produtos fiquem 7,1% mais caros, na comparação com 2018. Os itens que pesaram mais no carrinho foram: pernil (alta de 15,0%), lombo (13,9%), frango (10,8%), tender (9,1%), vinhos importados (9,1%), peru (9%), chester (8,8%), frutas especiais/importadas (8,6%), carne bovina (8,2%) e frutas secas (7,4%).