Venezuelanas ofendidas por Bolsonaro se recusam a gravar vídeo para ajudá-lo, diz jornal
Equipe do presidente queria a gravação de mensagens individuais para dizer que o mal-entendido tinha sido esclarecido
As venezuelanas ofendidas por Bolsonaro (PL) na última semana se recusaram a gravar vídeos para desfazer o mal-estar gerado pelas falas do presidente, entre elas, que as garotas seriam prostitutas por estarem “arrumadinhas”. A informação é do Estadão.
Esta insinuação foi desmentida, mas conforme apurado pelo jornal, a equipe do presidente queria a gravação de mensagens individuais para dizer que o mal-entendido tinha sido esclarecido. As mães das jovens e as próprias garotas, contudo, teriam ficado com receio da exposição.
Ainda segundo a reportagem, as venezuelanas estão preocupadas com as falas e pediram uma retratação. Entidades de direitos humanos, Defensoria Pública da União e Ministério Público do Distrito Federal acompanham o caso.
Em vez da gravação das meninas, o vídeo foi de Bolsonaro, a primeira-dama Michelle Bolsonaro e a embaixadora da Venezuela, María Teresa Belandria – esta foi indicada por Juan Guaidó, presidente autoproclamado da Venezuela.
Caso
Vale lembrar, a repercussão negativa começou no último sábado (15), após entrevista concedida por Bolsonaro ao canal Paparazzo Rubro-Negro, no Youtube. Esta ocorreu na sexta (14).
“Eu parei a moto em uma esquina, tirei o capacete e olhei umas menininhas. Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos. Arrumadinhas em um sábado numa comunidade. E vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinham umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando. Todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos se arrumando no sábado de para quê? Ganhar a vida”, disse em trecho da entrevista.
Na madrugada de domingo, após a repercussão, ele entrou ao vivo para tentar controlar os danos. Na live, afirmou que o PT “extrapolou os limites” ao “recortar” o vídeo.
Na segunda, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mandou que a campanha de Lula (PT) retire das redes sociais as publicações que associavam Bolsonaro à pedofilia por causa do episódio.
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