Congresso em Foco

Verba parlamentar da deputada Magda Mofatto banca despesas do diretório do PR em Goiânia

A deputada federal Magda Mofatto se envolveu em uma polêmica após o site Congresso em…

A deputada federal Magda Mofatto se envolveu em uma polêmica após o site Congresso em Foco, dedicado à cobertura do Congresso Nacional, publicar nesta terça-feira (28/6) uma matéria apontando irregularidades no uso de sua verba parlamentar. De acordo com a matéria, a deputada – apontada como a mais rica da Câmara –, utiliza o mesmo endereço e telefone tanto para seu escritório político como para a sede de seu partido, o Partido da República (PR), bancando ambos com recursos dos cofres públicos.

Conforme relata a reportagem, a deputada aluga um sobrado no Setor Marista, um dos bairros mais nobres de Goiânia, para receber seus eleitores. No entanto, quem paga a conta é a população: desde abril de 2013, a Câmara Federal desembolsou R$ 389 mil para reembolsar a deputada pela locação, no valor de R$ 13,8 mil por mês.

Esse valor é retirado das verbas disponibilizados a todos os deputados para custear as despesas relacionadas ao mandato. No caso de Magda, essa quantia é de R$ 33,5 mil, portanto suficiente para cobrir o custo do aluguel. No entanto, há um problema: no mesmo local em que consta o escritório da deputada funciona também o diretório do PR, que é presidido por seu marido, Flávio de Paula Canedo.

“Em uma espécie de combo, a Câmara banca de uma só vez o escritório político da deputada e a sede de seu partido, o que contraria as regras da verba indenizatória”, diz a matéria. E os gastos da Câmara com a deputada não param por aí: além do aluguel, serviços como água, energia elétrica, telefones fixo e celular, além de TV por assinatura, são custeados pelo cofre público e somam o valor de R$ 61 mil desde 2013. No total, a mansão custou aos contribuintes quase meio milhão de reais nos últimos três anos.

Somente os gastos com ligações de telefones fixos para celular entre 23 de março e 22 de abril chegaram a R$ 3,3 mil. E não é sequer possível diferenciar as ligações feitas em nome do diretório daquelas feiitas em nome do escritório, já que o número de telefone é o mesmo.

De acordo com o Congresso em Foco, para ser reembolsada a parlamentar precisou apenas apresentar as notas fiscais, já que a Câmara se limita a verificar a regularidade fiscal e contábil da documentação, “deixando a cargo da sociedade a tarefa de fiscalizar o uso deste recurso”.

Constrangida

Em entrevista ao Mais Goiás, a deputada assumiu os desvios, mas diz que foram resultado de um “erro de boba”. Segundo ela, o único motivo para o escritório e o diretório funcionarem no mesmo local é por uma questão de facilidade.

”Utilizo o local unicamente para receber corresponência”, disse. “Eu poderia ter dado meu endereço residencial [para receber correspondência do partido], mas nem sempre em moradia tem gente. Usei o mesmo endereço por conta de facilidade. Errei por conta disso”, declarou.

Sobre os telefonemas, a deputada afirmou que é procurada por diversas autoridades políticas, de vereadores a deputados e presidentes de partidos, e nem sempre é possível diferenciar quando o assunto a ser tratado por eles é referente ao seu mandato ou a questões internas da sigla. “Se me ligam em um momento que não posso atender, eu retorno, como vou saber qual é o assunto? Vou ter que dizer: ‘espera um pouco, não posso falar desse número porque é assunto de partido’?”, questionou, ressaltando, novamente, que utiliza o mesmo número para o escritório e para a sede do partido por questões de comodidade.

“Volto a insistir que me sinto constrangida. Errei, porém não estou causando despesas a mais para o gabinete ou para o mandato”, garante a parlamentar. Ela afirmou que está analisando se vai alugar um imóvel para receber as correspondências do partido daqui para frente ou se usará o próprio endereço residencial com essa finalidade.