Vereador de SP é preso em piscina suspeito de injúria racial no Rio de Janeiro
Um vereador de Embu das Artes, em São Paulo, foi preso na piscina pela Polícia…
Um vereador de Embu das Artes, em São Paulo, foi preso na piscina pela Polícia Militar (PM), suspeito de injúria racial em um condomínio de Curicica, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. A confusão aconteceu no último domingo (23/01).
De acordo com testemunhas, Renato Oliveira (MDB) ofendeu moradores e um funcionário com frases racistas. Em vídeos que estão circulando nas redes sociais, policiais militares aparecem na piscina e seguram o parlamentar para tentar contê-lo. O parlamentar nega as acusações e desfere vários palavrões.
Logo em seguida, ele é retirado da piscina à força pelos policiais. A ação é aplaudida pelos moradores.
Após a prisão, vereador de SP foi liberado
Por meio de nota, a Polícia Militar do Rio disse que o vereador resistiu à prisão e foi encaminhado à delegacia, onde foi autuado por injúria, preconceito e resistência à prisão.
Ele foi liberado em seguida e o inquérito será encaminhado à Justiça. Ele nega o crime. Segundo o vereador, a confusão começou por causa de uma caixinha de som ligada por ele. Além disso, o homem diz que sequer conversou com o funcionário que o acusou de injúria racial.
“Pela manhã, cheguei na piscina e estava conversando com alguns senhores que estavam lá, inclusive brinquei com um. Tava com uma caixinha de som, um deles botou até uma música e depois informaram que não podia som. Eu desliguei e falei que não sairia da piscina. A polícia veio, eu me desculpei com os outros moradores pelo o acontecido, com a orientação dos policiais de que eu poderia permanecer, eu fiquei lá tranquilo na piscina”, contou Renato.
“Quando novamente eles [moradores] chamaram a Polícia Militar de volta e o cabo Henrique pediu para que eu saísse. Mas não tinha crime nenhum. Um dos funcionários do condomínio, que eu sequer tinha falado com ele, fato confirmado na delegacia por três testemunhas, me acusou de injúria racial, que não tem nada a ver comigo, nada a ver com minha forma de tratar e o denunciei por denunciação caluniosa e a funcionária que foi com ele, por falso testemunho”, completou.
“Crimes foram inventados”, diz o parlamentar
O vereador fez um novo relato nas redes sociais onde voltou a relatar que a confusão teve início por causa de uma caixinha de som. Renato ainda pontuou que, por não haver motivo para a prisão, alguns moradores “que não aceitam” a presença de pessoas da favela “tiveram que inventar um crime” para justificar o acionamento da PM.
“A PM disse que eu estava no meu direito, uma vez que já foram atendidas as solicitações a respeito do som. E não satisfeitos, eles tiveram que inventar um crime para que, aí, então, eu pudesse ser conduzido. Sim, eles inventaram. Disseram que eu havia feito comentário racista com um funcionário de lá”, declarou.
“Tenho certeza que eles não aceitam o fato de ter alguém da comunidade, que veio da favela, ocupando espaços que antigamente só a elite ocupava. E eu, como permaneci firme ali, onde era o meu direito de tirar o meu descanso, eles acionaram a PM”, completou.
Tentativa de homicídio
Além desse novo inquérito no Rio, Renato já é réu em um processo por tentativa de homicídio contra um jornalista de Embu das Artes, em São Paulo, de acordo com o Tribunal de Justiça do Estado.
Em 2018, enquanto era subsecretário de comunicação da Prefeitura de Embu, Renato foi indiciado pela Polícia Civil como suspeito de ser um dos autores de um atentado contra Gabriel Binho, em 28 de dezembro de 2017.
Na época, o jornalista voltava de Embu para São Paulo de moto na rodovia Régis Bittencourt, quando um automóvel, de cor prata, o derrubou da motocicleta. “Ele me perseguiu na rodovia Régis Bittencourt e forçou com o carro até me derrubar da minha moto fazendo com que eu caísse. Depois disso, ele fez o retorno em uma rodovia paralela e efetuou três disparos na minha direção”, afirmou o repórter fotográfico e chargista Gabriel Binho.
Ao g1, o jornalista confirmou que o parlamentar se tornou réu. De acordo com Gabriel, ele trabalhava no jornal Verbo Online e fazia charges relacionadas ao poder público da cidade. “Eu acredito que tenha sido um ‘cala a boca’. Horas depois do atentado, recebi uma mensagem no Facebook de um perfil fake afirmando que os próximos tiros iriam ser na minha cara para parar de ser ‘faladeiro'”.
Gabriel chegou a ter o tornozelo fraturado e passou por uma cirurgia. No processo, é destacado que o carro ficou parado antes do acidente no Centro de Embu, esperando o jornalista pegar a moto. Assim que ele saiu do Centro, o veículo iniciou a perseguição.
Os denunciados confessaram o crime, mas hesitam sobre os disparos de arma de fogo. Na época, Renato foi exonerado do cargo. O carro do crime era do agente penitenciário Lenon Roque, que era segurança de Renato. Ele também foi citado no processo como suspeito do crime.
Renato foi eleito em 2021 com 1.958 votos. Ele tem 28 anos e nasceu em Miguel Alves. Atualmente, ele também é presidente da Câmara de Vereadores da cidade.
*Com informações do g1