LEGISLATIVO

Vereador se irrita ao ser acusado de estar armado no plenário da Câmara de Goiânia

A discussão teve início por divergências sobre o projeto que altera o nome da Avenida Castelo Branco

Sargento Novandir (Foto: Reprodução - TV Câmara)

Confusão envolvendo acusações mútuas sobre uso de arma de fogo entre os vereadores Clécio Alves (Republicanos) e Sargento Novandir (Avante) acabou com suspensão da sessão plenária desta quinta-feira (3) por duas vezes, a qual acabou finalizada por falta de quórum. A discussão teve início por divergências sobre o projeto que altera o nome da Avenida Castelo Branco.

Sargento Novandir usou o plenário para criticar a condução de Clécio Alves como presidente interino da Câmara. Novandir acusou o colega de punir vereadores contrários às matérias de interesse dele. Ao dizer que passou a vida combatendo “ladrão” e “bandido”, Clécio interrompeu o discurso e suspendeu a sessão.

“Clécio Alves se acha dono da Câmara Municipal. E da maneira como articula acho que é mesmo. O Clécio Alves assusta vereadores. Só que esse Sargento Novandir aqui passou a vida inteira em guerra! Combatendo ladrão, trocando tiro”, disse.

O presidente interino respondeu: “O senhor está me chamando de ladrão? Vossa excelência se atente ao projeto, me respeite!”

“Não, o senhor está interpretando errado. Mais uma vez que o senhor mente e engana”, rebateu Sargento Novandir.

“Mentiroso é o senhor!”, respondeu Clécio. “Corta o som do vereador. A sessão está suspensa. Isso não é casa desse imbecil, não”, continuou.

Arma

Na volta da sessão, a discussão continuou após Sargento Novandir pedir questão de ordem. Ele reforçou críticas diretas a Clécio Alves e o acusou de beneficiar vereadores que são próximos a ele, não concedendo pedido de vistas e questão de ordem. Além disso acusou Clécio Alves de dizer que foi ameaçado de morte.

“Deixa de ser mentiroso, ninguém falou que vai te matar não. A gravação está aí”, chegou a dizer Norvandir.

Clécio Alvez interrompeu o discurso novamente e chamou Novandir de “lunático”, “louco” e “doido”, mas disse que o colega estaria novamente armado dentro do plenário, o que é proibido pelo regimento, e pediu para mostrar a arma na cintura.

Novandir pediu novamente questão de ordem e rebateu acusações de estar armado na casa legislativa.

“Vereador Anselmo [Pereira, que conduzia a sessão no momento], eu vou à frente do senhor e mostrar que não estou armado. Olhem bem todos que estão aqui, que o vereador não está armado e o Clécio Alves é um mentiroso”, bradou.

Ele então tirou o paletó e mostrou e simulou em si mesmo uma abordagem policial em busca de armas.

Anselmo Pereira disse que o colega não precisava mostrar que não estava armado por ter fé pública.

A sessão foi novamente suspensa. Na volta, o presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota), assumiu a condução da sessão. Ele chegou a dar 5 minutos do partido para nova fala de Novandir e logo depois encerrou a sessão por falta de quórum.

Proibição

No início de abril, os vereadores aprovaram projeto que proíbe a posse e porte de arma nas dependências do parlamento. A proposta foi motivada pelo vereador Sargento Novandir, que, além de andar armado pelas dependências da Casa de Leis, também já colocou o revólver na tribuna, durante a repercussão do aumento do IPTU, quando se vestiu de palhaço e se disse enganado pela prefeitura de Goiânia.