EDUCAÇÃO

Vereadores criticam fechamento de bibliotecas em escolas municipais de Goiânia

Segundo a prefeitura, a medida visa um remanejamento e ampliação do número de matrículas nos Centros Municipais de Educação Infantil

Exemplo de ambiente, que se tornaram depósito, que darão lugar a novas salas de aula para estudantes. (Foto: Prefeitura - Divulgação)

Vereadores usaram o plenário da Câmara Municipal de Goiânia nesta quarta-feira (9) para criticar o fechamento de 47 salas de leitura e bibliotecas em escolas da rede municipal de Educação da capital. Segundo a prefeitura, a medida visa um remanejamento e ampliação do número de matrículas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis).

A prefeitura planeja fechar as bibliotecas em escolas municipais da capital para abrigar, no lugar, novas salas de aula padrão. A intenção é ampliar pelo menos 5 mil vagas nos Cmeis para 2023. Com justificativa, o Paço aponta que o déficit na Educação Infantil, em Goiânia, é de 8 mil vagas.

“A reorganização, portanto, reduzirá consideravelmente essa fila histórica de espera que impede que os filhos dos trabalhadores e das trabalhadoras de Goiânia tenham acesso à educação de qualidade”, diz nota da prefeitura.

O Paço diz ainda que as bibliotecas não serão fechadas, apenas remanejadas dentro das próprias instituições de ensino. “Além disso, os livros não deixarão de ser protagonistas nas escolas, bem como o atendimento aos estudantes”.

Críticas

O vereador Mauro Rubem (PT) disse que a cidade tem orçamento para conseguir manter as bibliotecas funcionando. O parlamentar criticou o uso do espaço utilizado de forma lúdica no aprendizado pelas crianças para acomodar novas salas de aula. “Vamos realizar uma audiência pública na semana que vem e fiz duas representações, uma no Ministério Público e outra no Tribunal de Contas, pois se trata de uma medida inconstitucional”, pontuou.

Professor Márcio Carvalho (Cidadania) salientou que procurou o secretário municipal de Educação, Wellington Bessa, e citou lei municipal que regulamenta o Plano Municipal de Educação, em que a meta 1 é a universalização da educação infantil. “Foi a justificativa para essas mudanças, fui ontem buscar as informações. Sou defensor dos livros, não de armas. Precisamos repensar como fazer isso, fechar bibliotecas não é inteligente e o secretário se dispôs a conversar com a gente. Temos que potencializar  o uso da leitura nas salas de aula”, disse.

Leia a nota completa da prefeitura

– As bibliotecas não serão fechadas, apenas remanejadas dentro das próprias instituições de ensino. Além disso, os livros não deixarão de ser protagonistas nas escolas, bem como o atendimento aos estudantes.

– Prova disso é que a SME Goiânia enviou, neste ano, um novo acervo literário com mais de 2 mil livros para as escolas da rede.

– A reorganização proposta para 2023 garante ao estudante o acesso ao acervo literário que já existe nas escolas e amplia o número de matrículas nos CMEIs em cerca de 5 mil vagas.

– A medida visa garantir que famílias que até então aguardavam na fila de espera por uma vaga de CMEI, tenham possibilidade de atendimento já em 2023.

– Atualmente, o déficit na Educação Infantil, em Goiânia, é de 8 mil vagas. A reorganização, portanto, reduzirá consideravelmente essa fila histórica de espera que impede que os filhos dos trabalhadores e das trabalhadoras de Goiânia tenham acesso à educação de qualidade.

– Por fim, a SME Goiânia esclarece que a modulação dos profissionais que atuam, hoje, nas salas de leitura será garantida na própria instituição onde trabalham, uma vez que os projetos de leitura e de acesso a livros literários será continuado.