Veterinária morre de ‘síndrome da urina preta’ após comer peixe
Segundo familiares, mulher desenvolveu sintomas após ingerir o peixe arabaiana
Uma veterinária, de 31 anos, morreu na última terça-feira (2) após apresentar sintomas da Síndrome de Haff, conhecida como “doença da urina preta”, no Recife (PE). Priscyla Andrade passou mal após comer um tipo de peixe durante um almoço com a família e estava internada desde o último dia 18 de fevereiro.
Ao portal G1, a irmã dela, Flávia Andrade, diz que a irmã começou a sentir muitas dores musculares e foi internada no Hospital Particular Português no mesmo dia.
“Minha irmã, quatro horas depois [do almoço], disse que o corpo estava diferente, que estava sentindo uma coisa estranha e começou a se apavorar. A musculatura foi travando. Não é que ela tenha ficado paralisada, ela não conseguia se mexer de tanta dor”, conta a empresária.
Priscyla foi levada para um primeiro hospital em que ela não recebeu o diagnóstico da Síndrome de Haff. Na segunda unidade, ela foi internada. A empresária teve entrevista com um médico e contou que descobriu que os sintomas que a irmã apresentava era decorrente da síndrome. Flávia disse que uma outra pessoa também desenvolveu os mesmos problemas após comer o peixe arabaiana.
O que é?
O médico neurocirurgião Fernando Gomes explicou, em entrevista à CNN Brasil, o que é a Síndrome de Haff. “Isso acontece porque células musculares do corpo são lesadas e existe um processo chamando rabdomiólise, que é como se essas células fossem destruídas. Como consequência disso, existe a liberação do produto [das células] através do aparelho urinário e isso lesa os rins, podendo levar à insuficiência renal aguda”.
E completa: “É extremamente importante identificar, caso a pessoa tenha ingerido peixe, e tenha evoluído com dor muscular, náusea, vômito, diarreia. Especificamente sobre à síndrome, dor muscular intensa e dor torácica, muitas vezes até desconforto para respirar. Se isso acontecer, deve-se procurar um serviço de saúde para rapidamente ser diagnosticado”.